Everson Boeck – [email protected]
Neste mês a Semana de Arte Moderna completa 90 anos de história. Os intelectuais e artistas brasileiros dos anos 1920 queriam pôr fim definitivamente a toda e qualquer influência vinda dos padrões rígidos da Academia Francesa. Esses padrões não valorizavam a criatividade e sim a imitação fiel de modelos da arte acadêmica. Renovar o conceito de arte era o objetivo principal dos modernistas. A Semana de Arte Moderna representou uma verdadeira renovação de linguagem, na busca de experimentação, na liberdade criadora da ruptura com o passado e até corporal, pois a arte passou então da vanguarda, para o modernismo.
A professora de artes Daniela Faccin afirma que a Semana de Arte Moderna foi a ruptura mais radical que a pintura (e a arte em todas suas modalidades: escultura –arquitetura – música – dança) brasileira teve. “Foi um acontecimento que enriqueceu e tirou a arte brasileira do passado. Deu espaço para a criação e liberdade, cada artista podendo ter seu próprio estilo, o que antes era algo muito singelo, já que os artistas seguiam regras e padrões bem rígidos”, explica.
Formada em Desenho e Plástica (bacharelado e licenciatura) pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e Especialista em Educação Infantil pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Daniela trabalha com Ensino Fundamental e Médio na Escola de Educação Básica Educar-se e na Escola Estadual Ramiz Galvão, em Rio Pardo.
A professora ressalta a importância de trabalhar o assunto em sala de aula: “Nas aulas trabalho a arte moderna e o que é mais interessante é perceber que o aluno sabe que o valor de uma imagem não está na representação fiel da realidade e que a beleza não é a sua maior virtude. É preciso trabalhar os processos de criação para compreender a arte, em 1922 os artistas que participaram da exposição não foram compreendidos, assim como os impressionistas foram rejeitados e ainda hoje artistas contemporâneos são duramente criticados, tudo o que é novo assusta, até acomodar uma nova ideia muita coisa acontece e leva tempo, por isso muitos artistas não viram sua própria fama”, observa.
UM POUCO DA HISTÓRIA
A Semana de Arte Moderna, também chamada de Semana de 22, ocorreu em São Paulo no ano de 1922, nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro, no Teatro Municipal. Cada dia da semana foi dedicado a um tema: respectivamente, pintura e escultura, poesia, literatura e música.
A Semana de Arte Moderna ocorreu em uma época cheia de turbulências políticas, sociais, econômicas e culturais. As novas vanguardas estéticas surgiam e o mundo se espantava com as novas linguagens desprovidas de regras. Alvo de críticas e em parte ignorada, a Semana não foi bem entendida em sua época. A Semana de Arte Moderna se encaixa no contexto da República Velha, controlada pelas oligarquias cafeeiras e pela política do café com leite. O capitalismo crescia no Brasil, consolidando a República e a elite paulista, esta totalmente influenciada pelos padrões estéticos europeus mais tradicionais.
Seu objetivo era renovar o ambiente artístico e cultural da cidade com “a perfeita demonstração do que há em nosso meio em escultura, arquitetura, música e literatura sob o ponto de vista rigorosamente atual”, como informava o Correio Paulistano, órgão do partido governista paulista, em 29 de janeiro de 1922.
Imagens: Divulgação/RJ
O País celebra a Semana da Arte Moderna que representou uma revolução de linguagem
Capa do catálogo da exposição da Semana de Arte Moderna feita por Di Cavalcanti
“Tropical” de Anita Malfatti, uma das obras mais conhecidas da Semana de 22
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CINE SANTA CRUZ
De 10/02 a 16/02
SALA 1
“VIAGEM 2 – A ILHA MISTERIOSA” – Livre – 94 m. – 2ª Semana
Aventura – De Brad Peyton – EUA 2012 – DUBLADO
Sábado, domingo e quarta-feira: 14:00 – 15:50 – 17:40 – 19:30 – 21:20
Demais dias: 15:50 – 17:40 – 19:30 – 21:20
SALA 2
“ALVIN E OS ESQUILOS 3” – Livre – 91 m. – REAPRESENTAÇÃO – 2ª SEMANA
Animação – De Tim Hill – EUA 2011 – DUBLADO
Sábado, domingo e quarta-feira: 14:20 – 16:20
Demais dias: 16:20
“CAVALO DE GUERRA” – 12 anos – 146 m. – 2ª Semana
Aventura – De Steven Spielberg – EUA 2011 – LEGENDADO
Diariamente: 18:10 – 21:00
SALA 3
“MILLENIUM – OS HOMENS QUE NÃO AMAVAM AS MULHERES” – 16 anos – 152 m.
Drama/Suspense – De David Fincher – EUA 2012 – LEGENDADO
Diariamente: 15:00 – 18:00 – 21:00