Débora Dumke – [email protected]
Depois do ocorrido em Santa Catarina, em que causou apreensão e mobilização de todo o país, a Prefeitura lança mais um recurso para a prevenção de crimes violentos. Além do videomonitoramento 24 horas nas escolas de rede municipal, em que possui reconhecimento facial, determinação que mantenham os portões fechados, ronda escolar e das ações do Pacto Santa Cruz Pela Paz, agora os estabelecimentos de ensino infantil e fundamental contam com um dispositivo de socorro imediato: botão de pânico. Na manhã de sexta-feira, 14, aconteceu o treinamento para utilizar o botão de pânico nas escolas, no Auditório da Procuradoria-Geral do Município de Santa Cruz do Sul, juntamente com autoridades e profissionais da educação.
O aplicativo foi desenvolvido pela empresa DGT Tecnologia e apresentado pelo diretor da Secretaria Municipal de Segurança e Mobilidade Urbana (Sesmob), Tiago Baggiotto, aos profissionais da educação. Serão eles que ficarão responsáveis por sua operação em caso de emergência. Durante a manhã eles conheceram a ferramenta e como utilizá-la.
O acesso é simples e a ferramenta é funcional e de uso intuitivo. Em segundos após acionado, o botão emite um alerta no Centro Integrado de Comando e Controle (CEICC), sediado na Sesmob, e imediatamente são acionadas as equipes da Guarda Municipal e das demais forças de segurança para irem até a escola.
Segundo o secretário municipal de Segurança e Mobilidade Urbana, Valmir José dos Reis, o botão de pânico foi desenvolvido em tempo recorde, porém vem se somar a diversos outros recursos que estão gradativamente sendo implantados para segurança da população. “Toda medida de segurança é importante, embora não exista prevenção cem por cento. Porém nós sabemos o que estamos fazendo e estamos tomando providências efetivas, dentro do nosso alcance e da razoabilidade”, disse.
Reis disse que o episódio de Santa Catarina expôs a ferida da segurança escolar e trouxe pânico à comunidade, mas lembrou que o episódio foi uma ação pontual e que não é razoável permitir que o desespero tome conta. “Desespero não resolve as coisas. Sabemos que o momento é delicado, mas vocês não estão sozinhos, têm muita gente preocupada e trabalhando com força total para resgatar esse sentimento de segurança”, afirmou.
A prefeita Helena Hermany (Progressistas), durante a capacitação, também levou uma palavra de apoio para os profissionais. Ela salientou que não são as ações pontuais que irão trazer segurança, mas um conjunto de medidas, com foco na prevenção. “Nossas crianças e jovens estão precisando de emoções mais positivas, mais alternativas. Essa é uma das minhas preocupações e por gostar tanto do turno inverso e ser fã da escola de turno integral, ou seja, isso irá causar uma ocupação sadia e qualificada. Isso é toda uma cadeia. Estamos trabalhando muito a questão da prevenção, ela é muito mais eficaz e traz muitos resultados”.
A prefeita ainda disse que é complicado atribuir aos professores a responsabilidade pela segurança nas escolas, e que é necessário mudar essa mentalidade, a começar pelas famílias. “Estamos aqui para ouvir de peito e coração aberto, porque temos que realizar esse trabalho em conjunto, ninguém tem a fórmula mágica”, finalizou.
Para o secretário municipal de Educação, Wagner Machado, os pais têm nas mãos uma grande ferramenta: o diálogo. “Prevenção se faz agora. É um aplicativo simples, com poucas liberações, por isso a chance do aplicativo trancar é quase zero. Este projeto está sendo antecipado, mas já estava em teste há muito tempo. Esse processo já vem acontecendo, ou seja, prevenção já é algo que se faz em Santa Cruz há mais tempo”, destacou.
Ele aconselha os profissionais a não caírem na tentação do pânico e do caos, mas a ajudarem a acalmar pais e alunos. “Orientem os pais para que conversem com os filhos, para que ensinem eles a se protegerem, olhem as mochilas, perguntem quais são seus medos, se ele sabe como reagir em uma determinada situação, e assim, reconhecer comportamentos suspeitos e avisarem a direção e os professores acerca da presença de pessoas estranhas”, informou o secretário.
Agora é preciso ter calma, não criar mais tensão e agir de forma ponderada. “O governo está fazendo o que precisa ser feito, não são ações emergenciais, mas é um investimento para sempre, pensando na segurança e no futuro dos nossos jovens”, resumiu.