Odilon S. Blank*
Na Natureza tudo se encadeia e tende para a unidade, nestes seres, é que o princípio inteligente se elabora, se individualiza aos poucos e se ensaia para a vida; o princípio inteligente se torna Espírito, entrando no período de humanização, tendo consciência (aos poucos) de seu futuro, distinguindo o bem do mal e tendo a responsabilidade por seus atos. Vemos aí a grandeza de Deus, nesta admirável harmonia, pela qual tudo é solidário na Natureza; crer que Ele criou seres inteligentes para sofrerem eternamente, dentro do relativismo da vida material é blasfemar de sua bondade para com as criaturas.
O período de humanização dos Espíritos começa geralmente em mundos ainda inferiores ao nosso. O Espírito do homem não tem consciência de suas vidas anteriores à humanização, bem como é difícil lembrar-se de suas primeiras existências humanas; por isto os Espíritos sempre dizem que não sabem como começaram. O homem é um ser a parte, pois possui faculdades que o distinguem dos outros e por ter o destino de ser a espécie (humana) que Deus escolheu para a encarnação dos seres que podem conhecê-Lo.
Desde que o princípio inteligente (essência) atinge o grau de Espírito e começa a humanizar-se, já não guarda relação com seu estado primitivo (já não é a alma dos animais como a árvore já não é mais a semente). De animal só há o corpo e as paixões herdadas do corpo e o instinto de conservação, característico da matéria. Logo, o homem já não é a encarnação do Espírito de um animal; este estado ficou para traz, no período pré-humano.
Um Espírito humano jamais retrograda, nunca encarnará em um corpo animal ( o rio jamais remonta à nascente…).
A reencarnação baseia-se na marcha ascendente da Natureza e no progresso humano, dentro de sua espécie; nunca há retrocesso do humano para o animal. As origens das coisas e do Espírito é um segredo de Deus; apenas podemos fazer suposições e criar sistemas mais ou menos prováveis. Os próprios Espíritos não sabem tudo e apenas emitem suas opiniões pessoais, que podem ser muito sensatas. Nas relações entre o homem e os animais, segundo uns, o Espírito chega ao período humano, após ter-se elaborado e individualizado nos diversos graus dos seres inferiores da Criação e segundo outros, não teria passado pela fieira vegetal e animal, sendo desde o início humano.