O menino apanhava seu estilingue, caprichava na pontaria, esticava ao máximo as tiras de borracha e disparava na direção da Lua. A pedra caía metros adiante, mas ele, noite após noite, perseverava, até que um adulto o interpelou:
– Por que você não para com essa bobagem? Não vê que nunca acertará a Lua?
– Eu sei – rebateu o garoto – mas pelo menos eu tenho um sonho.
Não podemos nos permitir viver sem um sonho. Do contrário é como viver sem ar. Nós jamais cessaremos de respirar e nunca devemos nos afastar do ar. Caso paremos de respirar, estaremos mortos após alguns poucos minutos.
A experiência de ter um sonho na vida é como respirar. Precisamos sonhar a cada momento. Não me preocupo com a idade, somente uma coisa me incomoda: se estou sonhando, se estou apegado firmemente à visão que Deus me deu. Devo estar a todos instante e de forma apaixonada buscando realizar meus sonhos. Essa visão que me dá vida é como o ar: devo respirá-lo incessantemente.
Infelizmente o mundo rotulou a palavra sonho como ilusão, ficção, utopia, fantasia… Mesmo assim eu prefiro as sábias palavras da empresária e amiga Luiza Donadelli: “Nunca vamos realizar todos os nossos sonhos, mas jamais realizaremos aquilo que não sonhamos”.
Na década de 1980 eu cursava Administração de Empresas na UFSM e jogava no Internacional de Santa Maria (o Interzinho ou coloradinho, como é carinhosamente chamado pelos torcedores) e, para ganhar uma graninha para os treinos, tinha de fazer “malabarismos”: entregava marmitas no almoço para os clientes da dona Jovita (dona da pensão onde eu morava) que residiam no centro da cidade e, à noite, vendia ingressos de shows no Theatro 13 de Maio, ganhos nos sorteios da Rádio Atlântida FM.
Verdade. Eu vivia participando de promoções e horas antes dos eventos, vendia os ingressos pela metade do preço em frente ao prédio, curioso para ver como ele era por dentro. Mas eu ficava só na imaginação, pois nunca tinha grana para assistir os shows.
O que eu não sabia é que a vida estava me reservando uma surpresa maravilhosa: Mais de 20 anos depois, em dezembro de 2007, fui contratado pela Agência Ceevem (Centro de Evolução Empresarial) para dar uma palestra no Theatro 13 de Maio. Foi uma emoção indescritível. O publico lotou o teatro e eu dei o meu melhor até o fim.
Naquela noite aprendi a força do ditado: “Se dá para imaginar, dá para realizar”.