Renan Calheiros (político que tem passe livre nos jatinhos da FAB) requisitou um modelo C-99 para ir a um casamento na Bahia. Depois explicou porque não iria ressarcir os cofres públicos: “Não usei o avião para fins particulares, mas para cumprir compromisso como presidente do Senado”. A desculpa não “colou” e o parlamentar prometeu pagar pelo uso do avião.
Henrique Eduardo Alves, presidente da Câmara dos Deputados (outro político que tem passe livre nos aviões da FAB), usou uma aeronave para levar os parentes à final da Copa das Confederações. A “carona” não “colou” e ele devolveu dinheiro à União.
Um grupo de estelionatários vendeu a ideia do dinheiro fácil na internet e prometeu ganhos tentadores para quem se associar e recrutar novos investidores. O golpe “colou” e uma gigantesca onda de pirâmides financeiras tomou conta do Brasil.
Seguidamente, um golpista escolhe uma pessoa idosa na rua e, alegando dificuldades para receber um prêmio da loteria, propõe que ela lhe dê parte do dinheiro e fique com o bilhete. A esperteza “cola” e o idoso vai até o banco, saca a grana e entrega ao vigarista. Mas ao procurar a casa lotérica descobre que caiu no clássico conto do bilhete premiado.
De dentro da cadeia, um criminoso aproveita a ausência de um integrante da família, liga para a casa dele, avisa que acaba de sequestrá-lo e promete soltá-lo em troca de um valor de resgate. Quando a família não consegue contato com o familiar ausente a armadilha “cola” e mais uma vítima cai no golpe do falso sequestro.
No aeroporto, um estudante aborda o viajante no guichê de determinada editora e informa que ele ganhará um brinde se apresentar o cartão de crédito. A enganação “cola” e numa conversa rápida – já que a pessoa está em cima da hora do embarque – o atendente colhe os dados do cartão e entrega uma revista velha de brinde. No mês seguinte, ao receber a fatura, o viajante leva um susto com o valor de uma assinatura de revista (que não assinou) e descobre que caiu na propaganda enganosa do incentivo à leitura.
Esses são exemplos da famosa malandragem brasileira do “vai que cola”. É bom ficar atento! Tem até restaurante em São Paulo que além dos pratos e bebidas cobra uma taxa denominada “SCC”. A maioria dos clientes não questiona o valor e acaba pagando. Porém, quando alguém pergunta do que se trata, o garçom, sem constrangimento, sorri e responde: “Se colar, colou”.