Eu estava em Chapecó, SC, visitando a empresa Eko’7 quando, após entrar no elevador com alguns amigos, no edifício Piemonte, um sujeito, “com cara de poucos amigos”, fez uma solicitação “nada educada” a um deles:
– Você pode chegar pra lá!
O clima se tornou pesado e meu amigo, constrangido, deu um passo para o lado e deixou o rapaz bem à vontade. Quando nós saímos do elevador eu disse a todos:
– “Cruz credo”, que cara mais azedo!
Porém, o que ele não sabe é que o hábito de reclamar é tão imperceptível para o reclamão que ele pode passar o dia inteiro se queixando e sendo desagradável sem notar. E o que é pior, se colocando numa posição passiva e insatisfeita e ao mesmo tempo superior e exigente. Acaba dessa maneira gastando a vida murmurando e esbravejando uma lição de moral acreditando que só ele é o certo e que os outros estão errados.
A verdade é que a murmuração é uma ladra da felicidade. Ela é como um buraco negro que suga toda vida do ser humano, que rouba a alegria e a gratidão. E a ingratidão é uma sementeira fértil para o desânimo e para a tristeza.
A murmuração é um dos piores tipos de hábitos, pois não é uma atitude típica de um vacilo momentâneo. Ao contrário, ela é constante e, quanto mais a pessoa reclama, mais se habitua a reclamar e acaba se tornando uma pessoa azeda. E é insuportável conviver com pessoas que só vivem se queixando, não é?
A agência inglesa de viagens ABTA fez uma lista das reclamações mais bizarras já feitas pelos seus clientes:
“Ninguém nos avisou que haveria peixes no mar. As crianças ficaram atemorizadas”. “A praia estava com muita areia”. Após uma viagem à Barcelona, um viajante disse: “Há muitos espanhóis. A recepcionista fala espanhol. A comida é espanhola”. “Em uma viagem à praia nós tivemos que ficar na fila do lado de fora, sem ar condicionado”. “Eu fui picado por um mosquito. Ninguém me disse que eles picavam”. “Nós reservamos um passeio ao parque aquático, mas ninguém nos disse para levar roupa de banho e toalha.”
Mas a “melhor” de todas foi essa: “Meu noivo e eu reservamos um quarto com duas camas de solteiro. Quando chegamos ao hotel só estava disponível um quarto com cama de casal. Agora, esperamos que vocês se responsabilizem por minha gravidez. Isso nunca teria acontecido se vocês tivessem nos colocado no quarto correto”.
Não preciso dizer que as reclamações não deram em nada, pois se chiar resolvesse, sal de fruta não morria afogado.