Com a intensificação do frio e o aumento da umidade, muitas pessoas acabam surpreendidas por resfriados, gripes ou alguma outra doença respiratória. Neste ano, Santa Cruz do Sul entrou nas estatísticas como o município com maior incidência de casos de gripe A no estado do Rio Grande do Sul, superando, inclusive, a capital do Estado. Além de três pessoas que morreram, outras dezenas de casos de gripe foram registradas, o que causou um alerta especial na população local. Férias escolares foram antecipadas, novas doses de vacina foram adquiridas e as campanhas de prevenção intensificadas. Tudo isso para evitar que a gripe A se transformasse numa epidemia e aumentasse o número de óbitos na região.
Os antigos romanos consagraram o verso – mens sana in corpore sano – do poeta latino Juvenal. Bem mais tarde, o filósofo inglês John Locke afirmou que “mente sã num corpo são, é uma descrição curta, mas completa, de uma condição feliz neste mundo. Aquele que tem ambas tem muito pouco mais a desejar, e aquele que deseja ambas, será um pouco melhor em tudo”. Em outros termos, tendo saúde física e mental, a pessoa pode se considerar feliz. É o que o povo costuma expressar ao dizer que “tendo saúde, o resto a gente consegue”. Quando a pessoa goza de boa saúde, tudo o mais vai se ajeitando. A vida fica mais saborosa e o trabalho rende bem mais.
Cuidar da saúde é obrigação de todas as pessoas. O texto base da Campanha da Fraternidade de 2012 diz que “se é dever do Estado promover a saúde por meio de ações preventivas e oferecer um sistema de tratamento eficaz e digno a toda população, especialmente aos mais desprovidos de recursos, é, também, responsabilidade da família e cidadão assumir um estilo de viver que, por meio de hábitos saudáveis e de exames preventivos, contribua para evitar as doenças”. Mais adiante, o texto diz que “pelos princípios de subsidiariedade e de participação, infere-se que os cidadãos e as entidades e organizações civis e religiosas precisam colaborar com o Estado na implementação das políticas de saúde, por meio dos espaços de controle social”.
Ciente do papel da Igreja na promoção da saúde, faço eco aos esforços governamentais para conter o avanço da propagação do vírus H1N1 que está origem da gripe A, e convido as famílias e comunidades a adotarem as práticas necessárias para colaborar com esta ação. Cada comunidade saberá o que fazer em base ao que é divulgado nos Meios de Comunicação Social, a começar pelo arejamento dos ambientes onde acontece a aglomeração do povo. Como Igreja, queremos somar esforços para que as pessoas tenham saúde, que o avanço da gripe A seja contido, e que os doentes sejam cuidados.
Dom Canísio Klaus
Bispo Diocesano