Devido ao surto de sarampo em 13 estados brasileiros, a vacina contra a doença foi liberada para todas as crianças de 6 meses até menos de 1 ano. Em Santa Cruz do Sul, a Secretaria Municipal de Saúde iniciou a aplicação das doses extras de tríplice viral no último dia 21.
De acordo com o coordenador do Setor de Imunizações, enfermeiro Roger Rodrigues Peres, o calendário de vacinação prevê que uma dose de tríplice viral seja aplicada aos 12 meses de idade e o reforço ocorra aos 15 meses, com tetra viral. Crianças de 6 meses a menos de 12 meses recebiam a aplicação quando viajavam para um local com surto da doença. A partir de agora, todas nessa faixa etária serão imunizadas. Entretanto, além da dose extra, elas deverão receber as demais aplicações previstas no calendário.
O enfermeiro explica que a vacina está sendo oferecida em todos os postos de saúde com salas de vacinação, além do Centro Materno Infantil (Cemai) e do Sistema Integrado de Saúde (SIS) da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). É necessário levar a carteira de vacinas do paciente e, preferencialmente, ter o Cartão SUS em mãos.
O primeiro óbito em decorrência de sarampo neste ano foi confirmado nessa quarta, 28, em São Paulo. O paciente era um homem de 42 anos, que não tinha recebido nenhuma dose da vacina ao longo da vida e tinha histórico de comorbidade. Diante da situação no País, o Ministério da Saúde passou a enviar doses extras aos estados.
Saiba mais*
1. O que é sarampo?
Sarampo é uma doença infecciosa grave, causada por um vírus, que pode ser fatal. Sua transmissão ocorre quando o doente tosse, fala, espirra ou respira próximo de outras pessoas. A única maneira de evitar o sarampo é pela vacina.
2. Quais os sintomas do sarampo?
– Febre acompanhada de tosse;
– Irritação nos olhos;
– Nariz escorrendo ou entupido;
– Mal-estar intenso;
Em torno de 3 a 5 dias, podem aparecer outros sinais e sintomas, como manchas vermelhas no rosto e atrás das orelhas que, em seguida, se espalham pelo corpo. Após o aparecimento das manchas, a persistência da febre é um sinal de alerta e pode indicar gravidade, principalmente em crianças menores de 5 anos de idade.
3. Como prevenir o sarampo?
O sarampo é uma doença prevenível por vacinação. Os critérios de indicação da vacina são revisados periodicamente pelo Ministério da Saúde e levam em conta: características clínicas da doença, idade, ter adoecido por sarampo durante a vida, ocorrência de surtos, além de outros aspectos epidemiológicos.
4. Quais são as vacinas que protegem do sarampo?
A profilaxia (prevenção) do sarampo está disponível em apresentações diferentes. Todas previnem o sarampo e cabe ao profissional de saúde aplicar a vacina adequada para cada pessoa, de acordo com a idade ou situação epidemiológica.
Os tipos de vacinas são:
Dupla viral – Protege do vírus do sarampo e da rubéola. Pode ser utilizada para o bloqueio vacinal em situação de surto;
Tríplice viral – Protege do vírus do sarampo, caxumba e rubéola;
Tetra viral – Protege do vírus do sarampo, caxumba, rubéola e varicela (catapora).
5. Quem deve se vacinar contra o sarampo?
– Dose zero: Devido ao aumento de casos de sarampo em alguns estados, todas as crianças de 6 meses a menores de 1 ano devem ser vacinadas (dose extra).
– Primeira dose: Crianças que completarem 12 meses (1 ano).
– Segunda dose: Aos 15 meses de idade, última dose por toda a vida.
6. Adulto deve se vacinar contra o sarampo?
Tomou apenas uma dose até os 29 anos de idade:
– Se você tem entre 1 e 29 anos e recebeu apenas uma dose, recomenda-se completar o esquema vacinal com a segunda dose da vacina;
– Quem comprova as duas doses da vacina do sarampo, não precisa se vacinar novamente.
Não tomou nenhuma dose, perdeu o cartão ou não se lembra?
– De 1 a 29 anos – São necessárias duas doses;
– De 30 a 49 anos – Apenas uma dose.
7. Grávidas podem tomar a vacina contra o sarampo?
A vacina é contraindicada durante a gestação pois são produzidas com o vírus do sarampo vivo, apesar de atenuado. A gestação tende a diminuir a imunidade da mulher, o que deixa o sistema imunológico mais vulnerável e, por isso, a vacina pode desenvolver a doença ou complicações.
O recomendado pelo Ministério da Saúde é que a mulher que faça planos de engravidar tome todas as doses da vacina antes, podendo esta ser a tríplice ou a tetra viral, e mantenha toda a rotina prevista no Calendário Nacional de Vacinação atualizada, para se proteger e proteger o bebê.
8. O que causa o sarampo?
A transmissão do vírus ocorre de pessoa a pessoa, por via aérea, ao tossir, espirrar, falar ou respirar. O sarampo é tão contagioso que uma pessoa infectada pode transmitir para 90% das pessoas próximas que não estejam imunes. A transmissão pode ocorrer entre 4 dias antes e 4 dias após o aparecimento das manchas vermelhas pelo corpo.
9. Quais as complicações do sarampo?
O sarampo é uma doença grave que pode deixar sequelas por toda a vida ou causar o óbito. A vacina é a única maneira de evitar que isso aconteça. Algumas das complicações podem ocorrer em determinadas fases da vida:
Crianças
Pneumonia – Cerca de 1 em cada 20 crianças com sarampo pode desenvolver pneumonia, causa mais comum de morte por sarampo em crianças pequenas;
Otite média aguda (infecções de ouvido) – Ocorre em cerca de 1 em 10 crianças com sarampo e pode resultar em perda auditiva permanente;
Encefalite aguda – 1 em cada 1.000 crianças podem desenvolver essa complicação e 10% destas podem morrer;
Morte – 1 a 3 a cada 1.000 crianças doentes podem morrer em decorrência de complicações da doença.
Adultos
Pneumonia.
Gestantes
Mulher em idade fértil (10 a 49 anos) não vacinada antes da gravidez pode apresentar parto prematuro e o bebê pode nascer com baixo peso;
É importante se vacinar antes da gestação, pois a vacina é contraindicada durante a gestação.
10. Como é o tratamento do sarampo?
Não existe tratamento específico para o sarampo. Os medicamentos são utilizados para reduzir o desconforto ocasionado pelos sintomas da doença. Não faça uso de nenhum medicamento sem orientação médica e procure o serviço de saúde mais próximo, caso apresente os sintomas descritos acima.
*Fonte: Ministério da Saúde