Evitar o desperdício, ajudar na economia de recursos financeiros e promover a sustentabilidade ambiental são os três pilares que sustentam o programa Farmácia Solidária, lançado pela prefeita Helena Hermany, que vem ganhando cada vez mais adeptos em Santa Cruz do Sul. Passados menos de três meses da inauguração, o espaço destinado à iniciativa, anexo ao prédio da Farmácia Municipal, no centro da cidade, já ficou pequeno para o grande estoque de medicações, e a Administração Municipal planeja, agora, ampliar a estrutura.
A iniciativa consiste na doação de medicamentos, que estejam dentro do prazo de validade e em bom estado de conservação, para serem retirados pela população em geral, mediante apresentação de receita médica. Podem doar tanto pessoas físicas quanto consultórios médicos e até a indústria farmacêutica. Também é possível entregar medicamentos vencidos para que sejam descartados corretamente e não tragam prejuízos ao meio ambiente.
A ideia de implantar o programa na rede de atenção básica em Santa Cruz do Sul surgiu de uma indicação do vereador Raul Fritsch, que foi bem aceita pela prefeita. “Uma proposta fantástica, que deu muito certo! Temos remédios aqui de alto custo, que não estão disponíveis nem na Farmácia do Estado. Inclusive, estamos com depósito lateral lotado de remédios e vamos ampliar para um espaço maior, que ainda estamos avaliando”, afirmou a prefeita, que visitou o local na última sexta-feira, 14, acompanhada do vereador Raul.
“Só tenho a agradecer à prefeita por aceitar a ideia, manter o projeto e disponibilizar uma equipe qualificada da Secretaria Municipal da Saúde para bem atender à população e disponibilizar remédios de graça para a comunidade”, destacou o parlamentar. Para Raul, além da importância social, o programa também tem grande relevância ambiental: “medicamentos que antes venciam nas gavetas e acabavam sendo descartados de forma inapropriada, poluindo o solo e as águas, agora são recebidos aqui e têm uma destinação final sustentável para o planeta”.
População economiza com a iniciativa
O programa já tem adeptos fixos, que verificam mensalmente a disponibilidade de medicações controladas. Paulo Schuster e a esposa Nilce Maria passaram a economizar cerca de R$ 240 mensais ao conseguirem retirar na Farmácia Solidária um medicamento de uso contínuo que, antes, só podiam ter acesso se comprassem na iniciativa privada. “Estávamos gastando muito, porque é um remédio caro. Agora, quando conseguimos aqui, é um alívio”, comemora o casal.
Receita médica é obrigatória
De acordo com o coordenador da Farmácia Solidária, José Carlos Quadros, desde a inauguração, em 28 de março, já foram milhões de comprimidos que entraram e saíram do local, beneficiando principalmente a população em vulnerabilidade social. “Com as doações vindas de diversas partes do país neste período da enchente, nosso estoques aumentaram ainda mais”, relata. Os mais comuns são antidiabéticos, anti-hipertensivos, antipiréticos, anticoncepcionais e remédios para dor, de modo geral. A farmacêutica responsável, Julia Willrich, enfatiza que, para a retirada da medicação, é preciso apresentar receita médica com cópia e também o cartão SUS. “Recebemos cerca de 80 pessoas por dia aqui e o pessoal aceitou muito bem a ideia”, celebra.