O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, anunciou ontem que deve encaminhar, o mais rápido possível, à Câmara de Vereadores projeto de lei para punir consumidores pelo uso abusivo de água, como lavar calçadas. Ele deu a informação logo após reunião com o secretário de Recursos Hídricos do estado, Benedito Braga, e mais 29 prefeitos da região metropolitana de São Paulo.
No entanto, mais importante do que essa punição, a ser adotada também nas cidades vizinhas da capital, disse o prefeito, é criar um conjunto de medidas para enfrentar a crise hídrica. Haddad acrescentou que, por isso, os prefeitos apresentaram sugestões ao governo do estado visando à criação de um comitê de acompanhamento da crise hídrica e de um canal de comunicação com a população.
Ele informou que o secretário se comprometeu a dar uma resposta em dez dias. A ideia, conforme o prefeito, é estudar os vários cenários possíveis de falta d’água e, diante disso, tomar providências para evitar um colapso no abastecimento. Há uma preocupação sobre como seria o tratamento especial em relação a órgãos públicos que envolvem a saúde, no caso, hospitais e postos de atendimento; segurança (penitenciárias, por exemplo) e educação (escolas e creches).
Haddad disse que o secretário se comprometeu a dar uma resposta em dez dias. Segundo ele, os prefeitos não esperavam pelo anúncio de terça, 27, quando o governo do estado acenou para a possibilidade de aplicar o rodízio de cinco dias sem fornecimento de água. “A possibilidade desse rodízio é uma medida muito dura”, avaliou o prefeito.
O secretário Benedito Braga destacou, porém, que, embora a situação seja difícil em razão da baixa quantidade de chuva que tem caído sobre os reservatórios, não é motivo para que a população entre em desespero, porque nenhuma medida drástica sobre o rodízio será tomada sem antes um estudo mais detalhado e com transparência das ações a serem seguidas. Uma medida como essa, segundo ele, “não se toma da noite para o dia; é preciso um trabalho para verificar locais como hospitais e penitenciárias, que não podem ficar sem água”. (Agência Brasil)
Nível do Sistema Cantareira continua em 5,1%
O nível do Sistema Cantareira permaneceu em 5,1%, apesar dos 7,6 milímetros (mm) de chuva de de terça, 27, para ontem, 28, e dos 21mm registrados segunda-feira, 26. Ao longo deste mês, o índice pluviométrico alcançou 141,8mm, enquanto a média histórica do período é 271,1mm.
Os dados estão publicados no site da Companhia Estadual de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
No Alto Tietê, o nível subiu de 10,4% para 10,6%, com as chuvas chegando a 5,6mm de terça para quarta-feira. Em janeiro, o índice pluviométrico atingiu 91,5mm. A média histórica do mês no sistema é 251,5mm. No Guarapiranga, o nível também subiu de 46% para 47,4%, com 29mm de precipitação, totalizando 246,2 (média para o mês de 229,3mm).
No Sistema Rio Grande, o nível passou de 74,1% para 74,6%. De ontem para hoje, choveu 28,4mm na área. No mês, o total de chuvas chegou a 225mm. A média para janeiro é 251,5.
Os dados também indicam que, no Sistema Rio Claro, o nível caiu de 27,15 para 26,6%, com 0,2mm de chuvas. Em janeiro, o sistema recebeu 157,3 de chuvas, para uma média histórica de 298,9mm. No Sistema Alto Cotia, os números ficaram estáveis, com nível de capacidade de 28,4% e 71,2mm no mês. A média histórica é 232mm. (Agência Brasil)