Ricardo Gais
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Como já noticiado, as Irmãs de Maria, responsáveis pelo Santuário de Schoenstatt, deixaram a área localizada às margens da BR-471, no Bairro Santuário, e voltaram a residir no antigo espaço, localizado na Rua Thomaz Flores, 759, no Centro de Santa Cruz do Sul, no qual também estão sendo realizadas atividades religiosas. Com a mudança, o objetivo agora é encontrar um novo espaço para instalar a sede e a capela. Os motivos da saída do atual santuário apontados pelas irmãs são a falta de segurança, diminuição das atividades religiosas e queda no número de visitantes.
Conforme a irmã Rosequiel Lopes Fávero, que também é formada em Comunicação, as irmãs já estavam preocupadas com a situação desde 2006, quando então foi erguido um muro ao redor do santuário com ajuda da comunidade. “Na época, já se sondava procurar um outro lugar, mas havia um grande apego com o Santuário de Schoenstatt”. No local, foram colocadas cercas concertinas, sendo que algumas partes já foram furtadas. Há também pessoas que pulam o muro e circulam dentro do santuário no período noturno, o que causava receio nas irmãs e frequentadores. “Nos últimos dias só haviam duas irmãs no santuário e ficava complicado quando uma delas tinha que sair para alguma viagem”, pontua.
A mudança de endereço de santuários é comum. Por exemplo, o Santuário de Schoenstatt, em Madison, nos Estados Unidos, e em Londrina, no Paraná, também tiveram a mudança de endereço. “O santuário é um local de oração para muitas pessoas e é um lugar bonito devido ao trabalho das irmãs. Mas, foi colocado pelas irmãs que nós precisaríamos sair devido à falta de segurança”, pontua Rosequiel.
Os móveis da capela já estão no santuário provisório, na Rua Thomaz Flores, e a intenção das irmãs é poder “trazer” a capelinha para o novo santuário. “Queremos que o santuário seja utilizado para a comunidade daquele bairro para ações sociais, por exemplo”, disse. As Irmãs de Maria não cogitam mais a possibilidade do retorno e essa decisão foi discutida com o bispo, a diocese, padres e pessoas, e em sua ampla maioria o resultado foi favorável a saída para um novo endereço.
Conforme Rosequiel, será tentado um acordo com a Prefeitura Municipal para negociar o antigo santuário e a reconstrução do novo Santuário de Schoenstatt. “A gente precisava sair de lá para dar início a essa mudança. Entendemos a reação das pessoas. Muitas sofreram e a gente respeita esse sofrimento. As pessoas estão habituadas ao lugar e não conseguem imaginar um lugar pequeno para oração e um centro de formação dentro da cidade”, comenta.
Atualmente, o Santuário de Schoenstatt de Santa Cruz está instalado na Thomaz Flores, local que recebe pessoas para orações e celebrações, mas a procura para erguer o santuário em novo endereço continua. “Não precisa ser um espaço necessariamente no Centro, pode ser em bairros acessíveis, um local que possamos ter uma casa, um espaço de acolhida, com capela. Já estamos olhando alguns lugares, mas nada certo ainda”, revelou Rosequiel.
44ª Romaria de Schoenstatt
A tradicional caminhada da fé até o Santuário de Schoenstatt neste ano não será possível devido à pandemia de Covid-19. O 44º evento que homenageia a Mãe Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt terá uma programação diferente do habitual.
No dia 22 de novembro, haverá missa transmitida pela página no Facebook da Romaria e Rádio Santa Cruz, a partir das 9h. Em seguida, ocorrerá quatro carreatas, que irão percorrer diversas ruas principais da cidade.
Primeiro Santuário
Chamado de ‘santuário original’, o primeiro santuário surgiu na Alemanha, em 1914. A partir de 1943, em diversos países, foram erguidas ‘capelinhas’ idênticas ao original, como expressão da adesão do povo de um País, de uma comunidade ou de uma diocese à espiritualidade do Movimento de Schoenstatt. Estas ‘capelinhas’ são chamadas de ‘Santuários filiais’. Hoje, existem no Brasil 23 Santuários filiais, dos quais o de Santa Cruz do Sul foi o 5º a ser consagrado.
Carta das Irmãs de Maria
Devido à repercussão da “transferência de endereço” do Santuário de Schoenstatt de Santa Cruz do Sul, as Irmãs de Maria elaboraram uma carta para explicar alguns pontos. Confira alguns trechos:
“Não se trata de destruir o santuário ou abandonar a sua construção. Trata-se de transferir o santuário para outro espaço, usando, inclusive, todo o material possível de seu prédio atual em sua reconstrução. Isso, justamente, em respeito ao empenho dos filhos e devotos da Mãe e Rainha de Schoenstatt nestes 40 anos de história. Na medida do possível, nada será abandonado e, em seu novo endereço, o santuário trará junto as memórias afetivas nele depositadas.”
“Movidas por esta responsabilidade que tomamos – em diálogo com os representantes diocesanos do movimento local – a difícil, mas necessária, decisão da ‘transferência do santuário’ para um local, onde mais pessoas possam chegar e rezar com segurança. Principalmente, onde seja possível realizar, sem perigos, a acolhida aos peregrinos e os encontros das diversas comunidades e ramos do movimento. Como já explicamos, isso estava sendo difícil, há alguns anos, no local anterior.”
“Colocamo-nos à disposição de todos que quiserem conversar e esclarecer as dúvidas que ainda restam, para isso deixamos aqui nosso contato: (55) 9 9715-3362.”
