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Ezequiel Vetoretti assumiu a defesa do caso no último fim de semana
Leandro Boldrini, pai e um dos acusados pela morte do menino Bernardo, em abril desse ano possui dois novos advogados, e um deles é santa-cruzense. O criminalista Ezequiel Vetoretti, chefe da subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Santa Cruz do Sul e seu sócio Rodrigo Grecellé Vares, que atua em Porto Alegre, assumiram o caso no último domingo, 31 de agosto, após a saída do advogado Jader Marques, com quem Boldrini teria divergido sobre a defesa.
De acordo com Vetoretti, Boldrini chegou até ele através de um familiar a quem teriam indicado seu nome. O familiar teria procurado Vetoretti no sábado e no domingo a contratação foi efetuada. Para ele, é natural trabalhar em um caso como esse. “Eu entendo o meu papel como advogado, eu escolhi ser advogado criminalista porque sei que existem pessoas boas que fazem coisas ruins”, afirmou.
O próximo passo agora será estudar o caso com mais profundidade, já que os conhecimentos de Vetoretti sobre o caso eram, até então, baseados no que a mídia divulgou. “A partir de agora a gente vai analisar os primeiros passos, nós precisamos estudar os autos, dentro do processo, para a partir daí saber qual a linha de trabalho que será tomada, e para então eu poder me manifestar”, afirmou ele, que disse também já ter conversado com Leandro, no fim de semana, sobre o processo.
Uma das ocorrências policiais de maior notoriedade do Estado nos últimos anos, o caso Bernardo não impressionou o advogado de defesa. “Esse não é o caso mais importante da minha carreira, pois todo processo é importante, importante para o réu, importante para a vítima. Esse é talvez o caso de maior repercussão, o caso que mais teve espaço na mídia, mas não posso dizer que é o mais importante”, disse Vetoretti.
Em nota oficial divulgada na tarde de ontem, 1º de setembro, Ezequiel explicou ainda que detalhes do caso serão tratados apenas judicialmente. “Temos por princípio fazer todas as nossas manifestações apenas nos autos dos processos, preservando o respeito ao Juízo e mantendo a discussão apenas no âmbito judicial”, divulgou.
O caso
O corpo de Bernardo, de 11 anos, foi encontrado, no dia 14 de abril desse ano, enterrado em um matagal na área rural de Frederico Westphalen, no noroeste do estado. O menino estava desaparecido desde o dia 4 de abril e a morte teria acontecido em decorrência de uma injeção letal aplicada na criança.
Além de Leandro Boldrini, pai de Bernardo, são acusados a madrasta Graciele Ugulini, que teria aplicado a injeção e a assistente social Edelvânia Wirganovicz, amiga de Graciele, que teria auxiliado. Leandro é considerado cúmplice do crime.
A próxima audiência está marcada para o dia 8 de setembro, quando serão ouvidas as sete testemunhas de acusação. Segundo Ezequiel, apesar do curto prazo, a defesa tentará manter as datas. “É um processo que, eu imagino, deva ter vários volumes e é imprescindível que seja feita uma leitura atenta, folha por folha, mas se for possível não suspender a audiência, nós não vamos suspendê-la”, afirmou. (Com informações do Correio do Povo)