Santa Cruz do Sul terá em breve a sua primeira unidade de saúde sustentável. O anúncio foi feito pelo prefeito Telmo Kirst em ato realizado nesta quarta-feira, dia 7, no salão nobre do Palacinho. Nos próximos dias, será publicado o edital de licitação para contratação da empresa responsável pela execução da obra. Trata-se da ESF Pedreira, que hoje funciona em um prédio alugado e pequeno demais para dar conta da crescente demanda de usuários, provenientes dos bairros Pedreira e parte do Santuário, e dos mais de dois mil procedimentos realizados mensalmente. Em torno de 4,2 mil pessoas serão atendidas no posto de saúde.
A edificação será erguida com recursos do Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa), contratado junto à Caixa Econômica Federal (CEF). Pelo projeto, elaborado pela arquiteta Karianne Pacheco, a estrutura física que vai abrigar o serviço de saúde terá 442,31 metros quadrados, em alvenaria, com total acessibilidade e atendendo todos os requisitos do Ministério da Saúde (MS). O diferencial está na preocupação e no cuidado com o meio ambiente, através da utilização de energias renováveis e do aproveitamento da água da chuva.
Um sistema para coleta e armazenagem de água da chuva, com a instalação de cisternas, vai permitir a utilização de recursos hídricos não-potáveis nas descargas dos vasos sanitários e também para regas nos canteiros e horta da unidade. Já para manutenção das lâmpadas de led e aparelhos elétricos, será instalado um sistema para captação de energia solar, com placas fotovoltaicas, que vão garantir boa parte da energia consumida no local, proporcionando economia aos cofres públicos . “Hoje não temos como estimar o quanto de energia poderemos produzir para dar conta da necessidade, mas sabemos que será significativo”, disse Kariane.
De acordo com o secretário municipal de Saúde, este será o primeiro prédio público a contar com a geração desse tipo de energia. Ele ressalta, porém, que Santa Cruz do Sul já dá exemplo para outros municípios do Brasil, com a instalação de placas fotovoltaicas para captação de energia solar nas superparadas. “O Poder Público, mais do que ninguém, precisa servir de exemplo. Adotar o conceito da sustentabilidade é uma tendência mundial”, disse.
Segundo o prefeito Telmo Kirst, todas as unidades que vierem a ser construídas em Santa Cruz do Sul deverão seguir esse novo formato. “Esse é o modelo que queremos para todos os prédios do município. Precisamos avançar na utilização de energias renováveis, contribuindo para a sustentabilidade ambiental e ainda reduzindo significativamente os custos para os cofres municipais. O tema não pode ser apenas discurso”.
Para planejar a estrutura física da nova ESF, uma série de visitas técnicas foram feitas às demais unidades, a fim de elencar pontos positivos e negativos de cada espaço e assim melhorar os ambientes, conferindo mais funcionalidade, conforto e melhores condições a usuários e trabalhadores de saúde. “Trabalhamos sempre com o objetivo de qualificar a saúde pública, através de um atendimento mais humanizado, o que só é possível com a oferta de uma estrutura física que atenda com dignidade a população”, disse o secretário municipal de Saúde, Régis de Oliveira Júnior.
O projeto também contempla espaços bem ventilados, com janelas amplas para melhor aproveitamento da luz natural. Atenção especial será dada à sala de espera, que deve ser ampla e acolhedora, para pacientes que estiverem aguardando por uma consulta ou procedimento. Já do lado de fora da unidade será instalado um playground para as crianças, um bicicletário e uma área de estacionamento.
A estrutura física completa será composta de farmácia, salas de triagem, recepção, espera, atividades coletivas, de agentes comunitários de saúde de inalação coletiva, de vacinas, de administração, de procedimentos, de curativos, de observação, três consultórios médicos e um odontológico, central de material esterilizado simplificada, copa, quatro banheiros, sendo dois acessíveis, depósito de material de limpeza, rouparia, varanda e área de ambulância.
Seguindo na linha da sustentabilidade e também com o propósito de incentivar o consumo de alimentos naturais e saudáveis, está prevista a implantação de uma horta para cultivo de chás e plantas medicinais. Já para sua manutenção, a ideia é instalar uma composteira para produção de adubo orgânico.
A nova unidade deverá ser entregue em 2020 e o custo da obra está estimado em R$ 1 milhão.