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Santa Cruz realiza ações para alertar comunidade sobre abuso sexual infantil

Atividades para sensibilizar serão realizadas para alunos dos 5º anos das redes estadual e municipal

Luciana Mandler
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Ricardo Gais
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Conselho Tutelar registrou 516 atendimentos presenciais em 2020. – Foto: Pixabay

Em 2020, o Conselho Tutelar de Santa Cruz do Sul registrou 516 atendimentos presenciais, 1.045 por telefone e 415 pelo telefone de plantão. Mesmo em meio à pandemia aumentaram os números de abuso sexual, totalizando 28. Quatro a mais do que em 2019, quando foram registrados 24 casos. Os números assustam e por isso, no Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual e Comercial de Crianças e Adolescentes, celebrado em 18 de maio, é importante abordar o assunto.

Conforme o conselheiro tutelar Roberto Schaefer, em tempos de pandemia a preocupação é maior, pois é quando as crianças e adolescentes passam a ter mais convivência em família. Algo que deveria ser bom, deixa profissionais da rede em alerta já que “98% dos abusos é cometido por um familiar”, revela Schaefer.
Quando isso ocorre, é importante ficar atento a mudanças de comportamento da criança ou adolescente. “Se era uma criança mais ativa, participativa e começa a ficar introvertida é um alerta de que algo está errado”, exemplifica.

Como forma de sensibilizar a comunidade santa-cruzense, a Comissão Municipal do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, vinculada à Secretaria Municipal de Habitação, Desenvolvimento Social e Esporte em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, estarão desenvolvendo ações para alertar e informar a população durante o Maio Laranja.

As atividades irão ocorrer através da entrega de flyers informativos sobre a rede de proteção, canais de denúncias sobre suspeitas de casos de abuso e exploração sexual, material de apoio para os professores, máscaras e também orientações sobre o Zika Vírus e Dengue para os alunos das turmas dos 5º anos da rede estadual e municipal, famílias atendidas pelos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS), Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), Conselho Tutelar, Escritório de Defesa dos Direitos da Mulher, Cozinhas Comunitárias, Cadastro Único e Cooperativa de Catadores e Recicladores de Santa Cruz do Sul (Coomcatt).

A violência sexual de crianças e adolescentes não tem idade nem classes sociais para ocorrer, e pode ser praticada de várias formas, como: quando a criança ou adolescente é utilizada por adulto, ou até um adolescente, para praticar algum ato de natureza sexual, usar crianças e adolescentes com propósito de troca ou de obter lucro financeiro ou de outra natureza em turismo sexual, tráfico, pornografia, ou também em rede de prostituição.

Denúncia

Para realizar alguma denúncia de suspeita de abuso, basta ligar para o Disque 100, que é um canal nacional que conta com total sigilo. A ligação é gratuita e funciona durante todos os dias da semana, por 24h, inclusive sábados, domingos e feriados.

Denúncias também podem ser realizadas através do plantão do Conselho Tutelar (51) 9 8444-7964; Conselho Tutelar (51) 3713-3700; Creas Acolher (51) 3715-8068 e (51) 3711-2465; Abordagem Social 153; Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente (51) 3711-4513 e Brigada Militar 190.

Sinais que ajudam a identificar o abuso sexual

A vítima violada sexualmente pode não apresentar qualquer sinal físico, no entanto, a grande maioria apresenta os seguintes sinais e sintomas:

  • Mudança no comportamento como ocorre quando a
    pessoa era muito extrovertida e passa a ser muito tímida;
  • Fugir do contato social e preferir ficar sozinho;
  • Choro fácil, tristeza, solidão, angústia e ansiedade;
  • Quando a vítima é uma criança ela pode até mesmo adoecer ou fugir do contato com os outros;
  • Inchaço, vermelhidão, laceração ou fissuras nas partes íntimas;
  • Rompimento do hímen, em meninas e mulheres que ainda não tinham tido contato sexual;
  • Perda do controle da urina e das fezes devido a fatores emocionais ou frouxidão dos músculos desta região devido ao estupro;
  • Coceira, dor ou corrimento anal ou vaginal;
  • Marcas roxas pelo corpo e também nas partes íntimas;
  • Sintomas de doenças sexualmente transmissíveis.