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Santa Cruz | Pré-candidatos à Prefeitura participam de sabatina de estudantes de jornalismo da Unisc

Alunos são os primeiros a abrir a apresentação de ideias entre Francisco Carlos Smidt, João Pedro Schmidt, Nicole Weber e Sérgio Ivan Moraes. Helena Hermany não aceitou o convite

Futuros jornalistas sabatinaram pré-candidatos à prefeitura
Luis Alexandre

Ana Souza / Clarice Pacheco
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A noite de terça-feira, 25, marcou a largada para as eleições 2024 em Santa Cruz do Sul. Por mais de duas horas, alunos do curso de jornalismo da Universidade de Santa Cruz (Unisc) sabatinaram os pré-candidatos à prefeitura do município. Estiveram no auditório do Tecnounisc os prefeituráveis Francisco Carlos Smidt (Novo), João Pedro Schmidt (PT), Nicole Weber (Podemos), e participando de forma remota por estar fora do município, Sérgio Ivan Moraes (PL). Já a prefeita Helena Hermany (PP) não aceitou o convite, por não ter anunciado oficialmente ainda sua pré-candidatura.
Os alunos da disciplina de Apuração e Entrevista Jornalística, Vinicius Molz Schubert, Clarissa Linhares Gomes, Jaime Eduardo Bartz Fredrich, Luís Augusto da Silva Koppe Filho, Lucas Souza Malheiros, Lina Cardozo (intercambista da Colômbia), Évelin Pereira, Silene Alexa Condo Paniagua (intercambista do Peru), e Guilherme Lermen, realizaram uma entrevista coletiva, onde fizeram perguntas aos prefeituráveis e receberam suas respostas. Para a professora da disciplina, e coordenadora dos cursos de Comunicação Social da Unisc, Patrícia Regina Schuster, o exercício teve como principal objetivo fazer com que os acadêmicos vivenciassem na prática conhecimentos que acessam na teoria. “É uma experiência prática valiosíssima, aproximando-os do exercício real da profissão e contribuindo para a formação de jornalistas preparados para os desafios do mercado de trabalho”, pontuou a professora.
Para ela, foi um momento histórico para os cursos de Comunicação, sobretudo, para o Jornalismo, que, junto com a Publicidade e Propaganda, comemora 30 anos. Tivemos a oportunidade não só de colocar em prática tudo aquilo que debatemos em sala de aula, mas de sermos os primeiros a promover esta discussão entre os pré-candidatos, a qual, evidentemente, já serviu para a comunidade fazer seu juízo, analisar propostas, enfim”, avaliou ao final Patrícia.
As perguntas permearam áreas, além da política, como educação, saúde, transporte público, trânsito, migrantes, inclusão, cultura, habitação, preservação ambiental, mulher, e transparência nos atos públicos.

O que disseram os Pré-Candidatos

Carlão Smidt – Respondendo porque decidiu concorrer, já que havia dito que não iria mais, o vereador foi enfático em dizer que o motivo “não foi o ego nem o espelho. Quem sempre me colocou na política e me mantém nela por sete mandatos, é a comunidade”. Afirmou que os recursos públicos podem ser melhor aplicados, pois vivencia as dificuldades da comunidade. “O que mais temos visto hoje, é a prefeitura transformada em um balcão de negócios do que mais preocupada em atender a comunidade, e com isso nós não concordamos. Isso sem entrar em detalhes da Operação Controle, que é uma questão vexatória”. Destacou sobre sua participação no Executivo, quando assumiu a Prefeitura após o falecimento do prefeito Telmo Kirst, dizendo que foi a primeira vez que o IPTU baixou. Carlão respondeu ainda sobre cultura, preservação do Cinturão Verde e matas ciliares, sobre uma melhor estrutura para a defesa civil, e fechou falando que a questão da transparência na política e dos atos públicos deveria ser uma constante. “Penso que essa questão passa muito pela escolha das pessoas. “Pessoas técnicas são importantes, mas mais importante que você escolher uma pessoa técnica é você escolher uma pessoa de caráter, uma pessoa que tenha comprometimento com o serviço público”.

João Pedro Schmidt – Falando sobre mudanças climáticas, o pré-candidato disse que uma das razões por ter aceitado retornar ao cenário político da cidade, junto com a Marta Nunes, que será sua vice, são as mudanças climáticas. “O mundo mudou como nós não esperávamos. E somente quem está colocando a energia máxima nessa questão poderá governar Santa Cruz do melhor modo”, falou demonstrando conhecimento do assunto. “O que podemos fazer? Podemos tornar a cidade mais resiliente, desassoreando alguns córregos, talvez o rio Pardinho, certamente plantando milhares de árvores, e fazer uma educação desde os primeiros anos, para que as crianças consigam entender o que são as mudanças climáticas”. E afirmou: “Por isso, acho que a experiência de governos passados não ajuda. Tem que ter muito mais inovação, uma capacidade de pensar a política de modo diferente, e fazer diferente do que já foi feito, e por já ter estudado o assunto, creio que posso dar contribuição nesse sentido, dado a importância do tema”. O pré-candidato também disse que novas visões são importantes, “porque senão a política envelhece”. E completou: “O que precisa em Santa Cruz hoje é um novo modo de olhar a política, ter uma nova direção”. Ainda disse que não dá mais para fazer investimentos sem levar em conta o quadro climático. “Tem que ter um outro olhar, inverter prioridades, e ter as pessoas certas no lugar certo. É preciso ter outra visão”. O pré-candidato do PT falou ainda sobre educação, quando disse que a permanência da criança na escola ainda é um desafio que precisa ser enfrentado. Afirmou que o ensino médio é o gargalo, e que o ensino superior vem enfrentando dificuldades, porque o financiamento estudantil decaiu, e está sendo rearticulado agora. “Mas é preciso investir, a nível de município, no ensino médio, pois é ali que o jovem decide se continua a estudar ou migra para o mercado de trabalho”. Ainda falou da sua vice, Marta Nunes, que surgiu dentro do partido pelas questões de gênero e diversidade. “É a primeira vez que temos uma mulher e negra concorrendo ao Executivo”, ressaltou. Falou ainda sobre trânsito e transporte público. Encerrou sua participação ressaltando que não terá uma prefeitura do João Pedro, já que o personalismo político nunca o convenceu. “Sou um articulador”, reafirmou.

Nicole Weber – A primeira pergunta foi para a vereadora Nicole Weber, que respondeu sobre o surgimento do Podemos em Santa Cruz. Disse que a sigla surgiu por um clamor social municipal. “Pensamos em fazer um partido que possa fazer a diferença em Santa Cruz, de forma diferente. Eu estou aqui hoje como uma possível pré-candidata, porque eu e o Carlão temos um combinado, que vamos decidir quem irá na cabeça ou na vice baseados por pesquisas, e esta é a proposta do Podemos, é compartilhamento, é democracia, é ir às ruas e escutar as pessoas”, disse. Sobre a questão do tabaco disse que é preciso lutar pela cadeia produtiva do tabaco. “74% da economia de Santa Cruz gira em torno do tabaco. E, talvez, as pessoas não entendam o tamanho do impacto que causaria à economia de Santa Cruz e região todas as restrições que desejam”. Sobre inclusão e diversidade de gênero, a pré-candidata respondeu que é ativista das causas da mulher há 16 anos, e que buscava mulheres em situação de violência onde a Brigada não entrava. “O meu primeiro projeto na Câmara foi o do Encontro Seguro, que foi aprovado no Legislativo, mas que foi vetado pela prefeita Helena, trocado duas linhas e ela assinou como iniciativa dela”, relembrou. E acrescentou: “aqui temos um polo LGBTQIA+ que precisa ser respeitado, compreendido e precisa ser incluso e sem preconceito”. A pré-candidata e presidente do Podemos falou ainda sobre saúde mental, e sobre a pauta da mulher, afirmou que não é uma pauta só para mulheres, mas também é dos homens. “Todas as questões de gênero são importantes. Falou ainda sobre educação onde defendeu mais gestão e mais pessoas especialistas na área. “Temos que ter um diagnóstico das escolas municipais. “Precisamos tornar Santa Cruz uma cidade próspera para o futuro e não só por quatro anos”.

Sérgio Moraes – Iniciou enaltecendo os demais pré-candidatos, dizendo que são ótimos candidatos, pessoas íntegras da comunidade santa-cruzense. E destacou sua experiência. “Experiência essa que me permiti transitar em todos os espaços, tanto na Assembleia Legislativa, como no governo do Estado, assim como em qualquer secretária. E também a nível nacional, eu caminho dentro do Congresso, tanto na Câmara dos Deputados, quanto no Senado. Tenho portas abertas por ter experiência e oportunidade de passar por esses momentos”, enfatizou. Contou que foi convocado a voltar à política, “talvez pela situação que Santa Cruz enfrenta”. E enfatizou que acredita que Santa Cruz neste momento precisa da sua experiência. “E estou oferecendo esta experiência para ajudar a comunidade. Acredito que neste momento, Santa Cruz precisa de mim”. Sobre políticas públicas para migrantes, o pré-candidato disse que é preciso criar empregos dignos para absorver a mão de obra, normalmente, qualificada das pessoas que vem de países vizinhos em busca de uma vida melhor. Respondendo sobre se pretende modernizar vias públicas nas localidades, disse que atender o interior é muito fácil para ele, porque é morador do interior e conhece as necessidades do interior. “É preciso levar um pouco mais de carinho, cuidar mais das pessoas, cuidar mais daquilo que interessa para o município, para seu crescimento e desenvolvimento”. Sergio Moraes disse ainda que “a prefeitura não é para dar lucro, é gasto que temos que ter. O lucro e o serviço têm que ser para o povo. E se der prejuízo eu sei onde buscar dinheiro e equilibrar as contas”. E finalizou brincando com os demais prefeituráveis. “Em 2025, se Deus quiser, o Carlão vai ser meu secretário de saúde, a Nicole também estará no meu governo, o João Pedro se quiser trazer seu conhecimento será muito bem vindo, e vamos fazer um governo para a comunidade. E que possamos levar esses debates por toda a campanha em nível altíssimo como foi hoje”.