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Santa Cruz não precisa mais de racionamento

EVERSON BOECK
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Depois que a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) instalou no mês passado em Santa Cruz do Sul uma força-tarefa para trabalhar em problemas ligados ao abastecimento de água a cidade não sofre mais com o desligamento de registros. A notícia foi dada pelo diretor estadual de operações, Ricardo Rover Machado, que esteve no município nesta sexta, 17, e concedeu entrevista ao Riovale Jornal.
Machado salientou que foi uma visita de avaliação e análise de alguns resultados. “Encontrei uma equipe muito motivada e satisfeita com o sucesso do trabalho. Já encontramos 111 vazamentos invisíveis e grande parte já foi consertado. Das 24 válvulas reguladoras de pressão, 20 estavam com problemas quase inoperantes. Mesmo antes dos trabalhos concluídos já temos melhora na distribuição e estamos evitando perdas”, enfatizou.
Em relação às válvulas, a Corsan está regulando as 24 válvulas já existentes no município, e visa
realizar a instalação de mais 20. Através desta tecnologia, os sistemas ganharão mais estabilidade quanto a vazamentos e pressurização. A instalação das válvulas requer ajustes, que podem interferir no abastecimento, porém a normalização é rápida e o benefício permanente.
Ricardo destacou que desde os primeiros dias de atuação da força-tarefa, os reservatórios locais já apresentavam níveis adequados de água. “Logo ao amanhecer o sistema já mostrava níveis aceitáveis e não foi mais preciso o fechamento de registros”, sublinhou. Segundo ele, a consequência deste trabalho já pode ser vista com o aumento do rendimento dos reservatórios, que atingiram nesta semana 80% de sua capacidade, dando tranquilidade para os próximos dias quentes de verão.
O chefe da unidade local, Rogério Medeiros, garantiu que a diferença na prestação do serviço já é reconhecida pela população. “As reclamações por falta de água felizmente acabaram, isso graças ao trabalho da equipe da força-tarefa que ainda continua por aproximadamente dois meses”, afirma.
A força-tarefa conta com 21 trabalhadores, que atuam em duas frentes. Uma delas, composta por funcionários das Superintendências Regionais, visa a detectar e consertar vazamentos invisíveis, com o uso de hastes eletrônicas em vistorias de imóvel em imóvel. O outro grupo, integrado por
técnicos em hidrologia e engenheiros da Superintendência de Manutenção e Operação (SUMOP) e da Superintendência da Região Central (SURCEN), destina-se a efetuar um diagnóstico operacional, analisando o sistema de distribuição e identificando problemas a corrigir.
Além de mão-de-obra, a Companhia trouxe para o município para executar a ação cinco retro escavadeiras, quatro caminhões-caçamba, equipamentos registradores de pressão, hastes eletrônicas para detecção de vazamentos invisíveis, conversores de frequência para instalação de sistemas de bombeamento, válvulas reguladoras de pressão, entre outros aparelhos.

FALTA DE CONTRATO COM MUNICÍPIO

Segundo o Diretor, o município precisa de obras estruturantes, com uma visão de futuro para o saneamento. “As obras que a Corsan vem realizando são para manutenção do abastecimento. A não renovação do contrato com a Prefeitura impede que a companhia invista pesado na cidade”, afirma.
Machado garante que se um acordo com o Executivo fosse firmado a Corsan conseguiria de imediato realizar grandes investimentos. “Temos dinheiro em caixa para realizar obras maiores e não podemos pela falta de um contrato. Isso fez com que recentemente perdêssemos junto a agentes financiadores cerca de R$ 35 milhões para investimentos em Santa Cruz”, relata.
Segundo Machado, com o compromisso de oferecer mais saneamento para Santa Cruz do Sul, a companhia garantiu, em proposta apresentada ao Executivo Municipal, investimentos de R$ 24 milhões em melhorias no sistema de abastecimento de água e de R$ 10 milhões no de esgotamento sanitário. Na ocasião, porém, a prefeitura optou por não aceitar a oferta, pois não abre mão de realizar uma licitação para definir o futuro concessionário dos serviços de água e esgoto no município.

EVERSON BOECK
 
Ricardo Machado, diretor estadual de operações da Corsan, e Rogério Medeiros, chefe da unidade local, mostrando alguns dos resultados da força-tarefa