Clarice Pacheco
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Cada vez mais as cidades estão buscando o planejamento para seu desenvolvimento. E com a economia globalizada vivendo em constante transformação, a procura por novas metodologias, análises de riscos precisas e indicadores cada vez mais assertivos são fundamentais para a sobrevivência e desenvolvimento de qualquer negócio. Santa Cruz do Sul mostrou evolução comparando-se os anos de 2020 e 2021, pois ganhou posições em quatro dos seis segmentos avaliados, o que demonstra que o Município seguiu em desenvolvimento mesmo atravessando o período pandêmico.
O ranking é um estudo produzido anualmente pela Urban Systems, empresa de Inteligência de Mercado, que traz as 100 melhores cidades brasileiras, entre os 326 municípios do Brasil com mais de 100 mil habitantes, para fazer negócios em seis segmentos econômicos – Comércio, Serviços, Mercado Imobiliário, Educação, Indústria e Agropecuária. O diferencial em 2021 é que o estudo passou a considerar como indicador o índice de vacinação das localidades, porque os dados coletados mostraram que municípios com maior incidência de vacinação tiveram maior poder de reação frente à pandemia, conseguindo retomar atividades econômicas e recuperar empregos e negócios. O estudo também mostrou que a região Sudeste foi a mais promissora, despontando entre as melhores para negócios no ano, tanto que dos seis parâmetros pesquisados, o Estado de São Paulo assumiu a liderança em cinco, e apenas no índice de Agropecuária o Estado de Pernambuco, pela cidade de Petrolina, assumiu a dianteira.
Santa Cruz do Sul escalou posições nos indicadores de Comércio, onde entrou no ranking se colocando em 71º lugar em 2021; o Mercado Imobiliário manteve-se aquecido e o Município subiu 27 posições no ranking; já em Educação, Santa Cruz do Sul aparece na 48ª posição, o melhor índice entre todos os segmentos, visto que em 2020 o Município nem estava entre os 100 melhores para negócios; também na Agropecuária, o Município mostrou bom desempenho subindo 32 posições no estudo; em Serviços teve retração de nove posições, possivelmente impactados pela pandemia do coronavírus. E no segmento Indústria, a capital do tabaco perdeu posições, estava em 20º lugar em 2020, e em 2021 deixou o ranking das 100 melhores cidades para negócios.
Para o presidente da Associação Comercial e Industrial de Santa Cruz do Sul (ACI), e ex-secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, César Cechinato, essa queda no segmento Indústria pode não ser retração do mercado, “mas apenas diferenças entre exportações não embarcadas, que não entraram no cálculo do último trimestre de 2021, mas já entram no primeiro trimestre de 2022. Em dezembro vemos queda, mas em janeiro já aparece o tabaco como uma das Commodities mais exportadas”, relata. “Isso nos leva a ver o tabaco como um amortecedor de crises, pois Santa Cruz do Sul ainda tem nele o maior valor adicionado, em retorno de ICMS, cerca de 66%, o que é ruim pelo lado da dependência, da não diversificação, mas ao mesmo tempo bom porque quando o setor tem perdas, o produto sendo dolarizado, blinda o Município em tempos de crise”, explicou Cechinato. Segundo ele, a cidade continua na sua pujança industrial, e com certeza vai recuperar seu lugar em 2022.
PERFORMANCE SANTA CRUZ DO SUL
Comércio
Para investir no setor comercial, a pesquisa analisou crescimento dos estabelecimentos, aumento da população, remuneração do trabalhador, auxílio emergencial e acesso à internet banda larga. São Paulo (SP) lidera o ranking nacional.
2021 – 71º lugar
2020 – Não Aparecia
Serviços
Foram considerados a renda dos trabalhadores, a relação deles com a administração pública, a representatividade de empresas, qualificação dos empregos, e acesso à banda larga de alta velocidade. Barueri (SP) lidera o ranking nacional.
2021 – 87º lugar
2020 – 78ºlugar
Mercado Imobiliário
Aqui pesam os empregos no setor, crescimento de empresas de construção civil, novos domicílios e avanço de estabelecimentos de comércio e serviços. São Paulo (SP) está em primeiro no País.
2021 – 69º lugar
2020 – 96º lugar
Educação
Indicadores de matrículas nas redes pública e privadas, variação do número de alunos e empregos nas escolas, além do crescimento dos estabelecimentos pesaram neste segmento. São Paulo (SP), novamente, lidera o ranking.
2020 – Não Aparecia
2021 – 48º lugar
Indústria
No cálculo entrou empregos, renda e número de empresas, impacto do isolamento social, infraestrutura, exportações e logística (distância do porto e aeroporto, rodovias federais), e até mesmo paralisações no serviço de água. Na liderança nacional está São Bernardo do Campo (SP).
2021 – Não Apareceu
2020 – 20º lugar
Agropecuária
Neste segmento pesam empregos, produtividade da lavoura, desempenho da pecuária, e também as exportações. A liderança nacional fica com Petrolina (PE).
2021 – 67º lugar
2020 – 99º lugar