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Santa Cruz já sente os impactos econômicos

Vários estabelecimentos encerraram atividades e algumas perdas podem ser incalculáveis

Grasiel Grasel
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Antecipando o decreto municipal de calamidade, lojas já fecharam as portas na tarde desta sexta, 20 – Rolf Steinhaus

Enquanto empresas aguardam decisões do governo federal que podem diminuir os efeitos da crise econômica aprofundada pelo Covid-19, Santa Cruz do Sul já sofre com as consequências do vírus. Para tentar contornar o problema, empresas estão permitindo que funcionários trabalhem de casa e algumas já forneceram férias adiantadas, no entanto, há casos em que os prejuízos são incalculáveis até que a quarentena acabe, incerteza que coloca em risco milhares de empregos.
Algumas empresas dizem estar sobrevivendo exclusivamente com valores que já tinham a receber dos clientes, outras não sabem como lidar com o rombo no fluxo de caixa. Para muitos, oferecer produtos por delivery ou tele-entrega está se tornando uma nova realidade, na qual quem tem essa opção precisa se adaptar ou fechar as portas.

Para entender o tamanho do impacto que a pandemia vem causando na economia santa-cruzense, o Riovale Jornal conversou com mais de 30 empreendedores de diversos setores de comércio e serviços da comunidade. A seguir, você confere um apanhado das principais queixas e soluções repassadas.
Lojas: Sindilojas-VRP e Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) ainda não sabem projetar o tamanho do impacto financeiro que os lojistas santa-cruzenses estão registrando, no entanto, na tarde dessa quinta-feira, 19, ambos lançaram uma nota oficial orientando que todos fechem seus estabelecimentos como medida de prevenção. Ambas as entidades, em parceria com a Associação Comercial e Industrial de Santa Cruz do Sul (ACI), protocolaram na Prefeitura um pedido de adiamento no pagamento de tributos e abertura de linhas de crédito para amenizar os danos à economia local.
Restaurantes: São um dos setores mais afetados, com baixas registradas em torno de 50% no movimento e arrecadação. Medidas de prevenção como afastamento de mesas, esterilização de talheres e de máquinas de cartão estão sendo tomadas, mas o público ainda prefere evitar correr riscos. Alguns estudam não abrir as portas a partir da segunda-feira ou, pelo menos, diminuir o número de funcionários trabalhando.
Bares e Pubs: Também são bastante afetados e registraram diminuições no movimento entre 80% e 95% nas últimas semanas, derrubando fortemente a arrecadação. A partir da segunda-feira alguns deverão vender lanches por aplicativos de delivery e tele-entrega.
Hotéis: Boa parte da rede hoteleira da cidade vem registrando perdas de mais de 80% no número de hóspedes. Em alguns casos o impacto tende a ser sentido com maior intensidade, pois o período do ano deveria representar lotação total dos quartos. Procedimentos de prevenção também são tomados, como disponibilização de álcool gel em todos os corredores e higienização de corrimãos pelo menos três vezes ao dia. Parte dos funcionários está recebendo férias adiantadas para garantir que somente o mínimo necessário permaneça trabalhando.
Academias: Diversas já anunciaram que estão suspendendo atividades e deverão compensar os dias de portas fechadas quando a quarentena for suspensa. Alguns administradores tendem a ver o prejuízo como incalculável, pois o faturamento também cessa completamente e só será possível verificar o tamanho do impacto quando puderem voltar com as atividades.
Agências de viagens: O prejuízo para a maioria no momento é incalculável. Viagens que não estão sendo canceladas dependem de remarcações de voos. Algumas informaram que nas últimas duas semanas não tiveram novos clientes e o foco atual é exclusivamente dar suporte aos que já contrataram ou estão em viagem. O setor também vive um impasse, pois companhias aéreas já anunciaram que sua situação financeira é caótica e, portanto, não vão devolver o dinheiro da compra de passagens sem cobrança de multa por cancelamento.
Shoppings: Estão trabalhando em horário reduzido e estabelecimentos internos estão reportando fortes baixas nas vendas. Mesas, cadeiras, corrimãos e banheiros estão sendo constantemente lavados para diminuir as chances de contágio.
No Germânia, o supermercado Superalegria continua aberto em horário normal, mesmo em períodos em que as lojas do shopping não estão abertas.
Cinemas: Estão fechados desde quinta-feira. Nas últimas semanas a maioria das sessões já estavam vazias, mesmo com procedimentos de prevenção e higienização sendo tomados. Ainda não há estimativa de prejuízos, pois a administração depende de uma previsão mínima de quando poderá voltar a abrir as portas.