Tiago Mairo Garcia
[email protected]
Três acidentes registrados por dia. Essa tem sido a média frequente de casos atendidos pela Brigada Militar nas vias urbanas de Santa Cruz do Sul. Conforme levantamento realizado pela corporação no período de 1º de janeiro a 27 de outubro deste ano, foram 1.162 acidentes, sendo 344 casos a mais que o total de 818 casos registrados durante todo o ano de 2019.
Entre os casos deste ano foram registrados 746 acidentes com danos materiais, 404 com lesões corporais, dois casos de auto lesão e 10 óbitos. Sobre acidentes envolvendo motocicletas, foram 271 casos, sendo que 208 resultaram em lesões corporais, 59 em danos materiais e quatro casos com morte. Os dois últimos casos com óbito ocorreram na manhã de 16 de outubro, na Rua São José, que vitimou fatalmente Eduardo de Aiedo Lopes, 22 anos, e o segundo na última segunda, 26, na Avenida Paul Harris, que resultou na morte de Sérgio Luis Nyland, de 48 anos.
Ao avaliar os dados, o comandante do 23º Batalhão de Polícia Militar – Major Sebastião, tenente-coronel Giovani Paim Moresco, salienta que Santa Cruz do Sul possui uma frota veicular de aproximadamente 99 mil veículos para 130 mil habitantes, que aumenta com a circulação de veículos provenientes de outros municípios, sendo uma média de 116 casos de acidentes registrados por mês na área urbana. “O Município possui várias vias asfaltadas que acabam acentuando os desastres de trânsito”, frisa o comandante.
Sobre os casos envolvendo motocicletas, Moresco explica que em razão da pandemia, aumentou a circulação de motos pelas ruas e que diariamente são registrados casos motivados pela imprudência e alta velocidade, salientando que mais da metade dos acidentes com lesões corporais envolveram motociclistas e passageiros. “A maior parte dos casos registrados envolve a conduta do motociclista que pode ser ativa ou passiva. Por ter um veículo de menor porte e mais ágil, ele ocupa um menor espaço e deveria conduzir o veículo com direção defensiva em relação ao trânsito”, destaca. Moresco salientou ainda que os condutores de motos também precisam usar os equipamentos e acessórios obrigatórios de forma correta. “Pegamos muitos condutores usando capacetes com películas que diminuem a sua área visual. Este é um exemplo de que o mau uso do equipamento pode contribuir para um desastre de trânsito”, salientou.
Profissional no ramo de tele-entrega há 15 anos, o motociclista Izaquiel Moisés da Silva, mais conhecido por Izak, 46 anos, comenta que o trânsito da cidade está com um grande número de veículos circulando diariamente. “A verdade é que ninguém mais tem paciência no trânsito. Nossa cidade parece uma capital e a cada dia o trânsito está mais complicado”, diz o motociclista. Sobre as principais causas de acidente envolvendo motos, ele ressalta que alta velocidade é uma das principais. “Os motoboys estão sempre se arriscando para garantir o sustento. O cliente liga e dez minutos depois já pergunta se você está chegando e aí o profissional acaba correndo para não perder. Eu saio de casa e peço que Deus me proteja para que eu volte vivo”, frisou o profissional.
Na tarde de quarta, 28, mais um acidente envolvendo uma motocicleta e dois veículos foi registrado no cruzamento da Rua Tiradentes com a Rua Tenente Coronel Brito, no Centro de Santa Cruz. O condutor da motocicleta, de 37 anos, sofreu ferimentos e precisou ser encaminhado para atendimento médico no Hospital Santa Cruz.
Os números do trânsito em Santa Cruz
2019 (1º de janeiro a 31 de dezembro)
818 acidentes
392 com lesões corporais
407 com danos materiais
13 com auto lesão
6 óbitos
2020 (1º de janeiro a 27 de outubro)
1.162 acidentes
746 com danos materiais
404 com lesões corporais
2 com auto lesão
10 óbitos
Acidentes com motos em 2020
271 casos
208 com lesões corporais
59 com danos materiais
4 óbitos
(Fonte: 23º Batalhão de Polícia Militar – Major Sebastião)