Lauri Pretzel
O Sindicato dos Empregados no Comércio de Santa Cruz do Sul e Região empossou, na noite da última terça-feira, 27, a nova diretoria da entidade. A comerciária Adriana Helfer assume o cargo de presidente, passado por Afonso Schwengber que deixa a função após 38 anos. Em uma solenidade carregada de emoção, Schwengber agradeceu a comunidade pela confiança e prometeu seguir ao lado da nova diretoria, composta majoritariamente por mulheres.
Em seu pronunciamento, a nova presidente do sindicato destacou a importância da pluralidade do movimento sindical organizado e o compromisso com todos. “Nós precisamos da união dos trabalhadores para manter a garantia dos nossos direitos, por isso estamos junto nas causas do movimento dos sem teto, das mulheres, dos negros e negras e da causa LGBPQIA+. Nosso propósito segue o mesmo, com a bandeira a favor das minorias e dos trabalhadores”, ressalta.
Adriana prometeu também dar sequência à batalha travada por seu antecessor, contra o livre-horário do comércio e o trabalho aos domingos e feriados. “A única possibilidade de os trabalhadores serem vencedores é por meio da nossa união. E com esta união daremos continuidade a luta iniciada pelo presidente Afonso, contra o livre-horário e a exploração dos trabalhadores”, confirma.
Emocionado, Afonso Schwengber agradeceu a presença de associados, diretores e membros da luta de outros sindicatos da região, ressaltando a mudança da diretoria, essencialmente composta por mulheres. “Estas mulheres conquistaram o seu espaço, por isso estão aqui hoje. Se olharmos para a trajetória, para a história do Sindicato, as mudanças sempre tiveram seu momento certo, e agora mais uma vez, estamos vivendo o momento certo (pausa), a vez das mulheres em nossa luta”, diz.
Schwengber lembrou de sua trajetória, das lutas pelo direito dos trabalhadores do comércio, assim como demais categorias que, por meio dos seus sindicatos que caminham na mesma direção dos Comerciários. “Nossa principal bandeira sempre foi a de derrotar as leis e a burguesia que vai contra o direito dos trabalhadores. As leis sempre têm, pelo menos, duas interpretações e nós temos que defender a nossa forma de interpretar, não a da burguesia”, reafirma.
Ainda em sua fala o ex-presidente confirmou que seguirá ao lado da nova gestão, Schwengber garante ter plenas condições de manter o abraço à causa dos trabalhadores. “Pelo tempo que ainda temos para ficar aqui, vão ter que nos aguentas, porque não vamos deixar de graça todo as ações feitas contra os trabalhadores. Nós temos uma grande força (pausa), e esta direção estará neste caminho, lutando pelo trabalhador e contra o capitalismo e a exploração”, frisa.
Após o discurso, Schwengber foi surpreendido por um vídeo de homenagens de amigos, colegas militantes e colaboradores do Sindicato dos Empregados no Comércio. Luiz Kist, colaborador do Sindicato, a atual presidente, Adriana Helfer, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santa Cruz do Sul, Gilberto Saraiva, Célia Zingler, do Sindicato dos Bancários de Santa Cruz do Sul e Região, a coordenadora dos cursos de comunicação da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Patrícia Schuster e Guiomar Vidor, presidente da Federação dos Empregados no Comércio do Rio Grande do Sul – órgão que Schwengber ajudou a criar, relembraram episódios nos quais estiveram ao lado da liderança dele, agradecendo pelos ensinamentos e parceria.
Schwengber que segue como tesoureiro da atual gestão (veja nominata). Como planos para esta nova fase, o líder deseja reunir memórias para marcar o registro histórico dos 38 anos à frente da entidade em um livro – um projeto antigo do ex-presidente que deverá ser iniciado em breve.
Uma militância exemplar
Para a diretora estadual e nacional da Central Sindical e Popular Conlutas (CSP), Rejane de Oliveira, a atuação do Sindicato dos Empregados no Comércio de Santa Cruz do Sul e Região é exemplo de luta e resistência no Estado. “Veja o crescimento deste sindicato, com as mulheres, dirigindo de forma majoritária esta entidade. Estas mulheres assumem, ao lado do Afonso, para dar continuidade a esta trajetória tão bonita e inspiradora”, define.
Rejane destaca que o modelo de sindicato politizado, que tem no socialismo o seu principal argumento para a defesa dos trabalhadores, é a representação material da luta e da resistência. “Quando um sindicato com esta história confronta o machismo, o desmatamento da natureza, a LGBP fobia, atua de forma direta contra os pilares do capitalismo. Esta história é muito importante e precisa ter continuidade e nós da CSP Conlutas acreditamos nesta continuidade”, complementa a diretora.
Nova gestão 2024 – 2028
Presidente: Adriana Helfer;
Vice-presidente: Clair Pereira;
Tesoureiro: Afonso Schwengber;
2º tesoureiro: Adriane Inês Wagner;
Secretário-geral: Manoel José Trindade Teixeira;
1º secretário: Ariane da Silva Bernardes.
Suplentes: Ana Carolina Fanfa, Cristina Huve, Dorli Maria da Costa, Márcia Josiane Backes dos Santos, Marcio Adriano da Rosa, Vinicius Roberto Harres, Viviane Leal Castaeira, Viziantai Soares Assmann.
Conselho fiscal: Elizandra da Silva de Mello, Janira Teixeira da Luz, Silvio Claudério Luedtke.
