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Santa Cruz do Sul no combate à dengue

Vagner Cerentini

“O inverno ajuda a combater somente o mosquito adulto e a larva.”

 

Vagner Cerentini

Em entrevista ao Riovale Jornal, o coordenador municipal de combate à dengue, Leonardo Rodrigues, contou-nos como é o trabalho de prevenção. Ele diz que existem duas maneiras de trabalhar, a rotineira e a eventual, que é quando ocorre um caso em foco.
O trabalho normal é coletar larvas nos pontos que têm essa função, são 300 locais de coleta na cidade desde 2003. Após a coleta, a larva é levada para o laboratório, e se o resultado for positivo o local fica isolado para fazer uma varredura, onde são feitas visitas em todas as casas da região e é aplicado o veneno. Alguns dias depois eles retornam para ver se o caso não ampliou.
Também é feita a revisão de armadilhas na segunda, terça e quarta-feira. Na quinta e na sexta faz-se o levantamento de índice de manifestação, a equipe vai aos bairros, e tira uma amostragem de 10%, onde visita e distribui panfletos. Quando ocorre algo fora da rotina, aí o caso é tratado de maneira especial.
“Em 2011 começamos com os trabalhos nas residências”, explica Leonardo. “E esse tratamento de foco só é feito quando se tem o resultado positivo da larva.”
Ele diz que para uma epidemia é preciso ter alguém com o vírus e o mosquito transmissor. “Já tivemos casos de pessoas com dengue aqui no município, foram pessoas que pegaram o vírus em outra cidade e vieram pra Santa Cruz do Sul, foram poucos os casos, mas já ocorreram e foram tratados com sucesso”, salientou.
“A princípio não existem casos de pessoas que pegaram a doença no município, mas já apareceu o mosquito. Não há risco de uma epidemia, pelo fato de que não tem ninguém com a doença na cidade”, explica.

O clima

Teoricamente não é uma época propícia para a reprodução do mosquito, pelo fato de que é inverno, mas como recentemente tem sido quente, houve um favorecimento para o surgimento de larvas. O problema está nos ovinhos da fêmea, que mesmo no frio podem congelar e futuramente com a volta do calor se tornar larvas, e consequentemente mosquitos.
Leonardo afirma ainda que os ovos podem durar 400 dias. “O inverno ajuda a combater somente o mosquito adulto e a larva”, ressalta.
Ele diz que o combate à dengue é um trabalho em equipe, pois eles fazem a prevenção e a comunidade também tem que fazer a sua parte, não deixando água parada. “Até um copinho de água serve para o mosquito da dengue deixar os ovinhos”, afirma Rodrigues. Alguns cuidados que devemos ter são não deixar calha suja, deixar garrafas de cabeça para baixo, cuidar os pneus, deixar caixa d’água lacrada, etc. “Todo cuidado é pouco, então temos que ficar alertas com a água parada”, finalizou.