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Santa Cruz amplia coleta seletiva

Recolhimento vai para mais 20 bairros a partir de segunda-feira e município quer ser exemplo de sustentabilidade

José Carlos Ferreira
Prefeitura espera adesão da comunidade e que descarte seja feito da forma correta

A partir desta segunda-feira, 15, Santa Cruz do Sul vai ter a coleta seletiva ampliada para mais 20 bairros, abrangendo 100% da zona urbana. O recolhimento será feito pela empresa Conesul Soluções Ambientais, que venceu o processo licitatório. Outros 15 bairros continuarão sendo atendidos pela Cooperativa de Catadores e Recicladores (Coomcat). A Prefeitura que o município se torne exemplo para muitas cidades do Brasil nesse aspecto.


O mapa da coleta nos novos bairros foi dividido por setores e o caminhão da Conesul fará o recolhimento dos materiais uma vez por semana. Para que a população tome conhecimento da ampliação do serviço e assim possa fazer o descarte correto dos resíduos sólidos, a Prefeitura colocou nas ruas uma grande campanha de conscientização, batizada de Coleta + Santa Cruz, com o slogan ‘Nossas atitudes criam um mundo sustentável”.


O cronograma da coleta seletiva, com os dias e horários estabelecidos para cada setor, será informado pela própria empresa junto aos moradores, com a distribuição de imãs de geladeira e folders. As informações também já estão disponíveis no portal do município: www.santacruz.rs.gov.br/conteudo/coleta-de-lixo. Com relação à coleta feita pela Coomcat, nada muda, o cronograma permanece o mesmo e também pode ser encontrado no mesmo site.


Para a prefeita Helena Hermany (Progressistas), a ampliação da coleta seletiva é um salto para tornar Santa Cruz uma cidade mais sustentável e exemplo para o restante do país. Ela destaca que na grande maioria das cidades brasileiras a coleta ainda é mínima, por falta de políticas públicas, vontade política dos gestores e engajamento das comunidades. “Precisamos assumir nossa responsabilidade na preservação do planeta e dar ao mundo esse exemplo de cidadania. Sem falar que teremos muitos outros benefícios, como o aumento na geração de emprego e renda, uma cidade mais limpa e o desenvolvimento de uma maior consciência ambiental”, frisou.


Quando a coleta seletiva estiver funcionando a pleno, a projeção do governo é alcançar uma redução de 30 por cento dos materiais atualmente encaminhados para o aterro sanitário e aumentar o índice de reciclagem, que hoje é de 12 por cento. “Para que esse projeto tenha êxito a adesão e o engajamento da comunidade são fundamentais, portanto, reforço o meu pedido para que as pessoas participem. Não adianta implantarmos a coleta seletiva no município se em casa a população não colaborar fazendo a separação e encaminhando os resíduos de forma adequada”, alertou o secretário municipal de Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade, Jaques Eisenberger.


Os recicláveis recolhidos pela Conesul serão destinados para comercialização pela Coomcat, gerando renda para as famílias dos cooperativados. A estimativa com a ampliação da coleta é de que sejam recolhidas mais 200 toneladas de materiais, entre papel, papelão, plástico, metal e vidro. O recolhimento feito hoje pela Coomcat no Centro e em mais 14 bairros do entorno resulta no recolhimento de 60 toneladas, porém a expectativa é chegar a 270 toneladas. A empresa hoje também é responsável pelas coletas convencional e por meio de contêineres na zona urbana.

Programa tem o desafio de atrair a população

O desafio a partir de agora é conseguir a adesão da população, mostrando para as pessoas a importância de fazerem a separação domiciliar, colocando em um saco os rejeitos e orgânicos e em outro os materiais recicláveis. A orientação é que o descarte próximo às lixeiras seja feito sempre nos dias e horários estabelecidos para evitar rompimento dos sacos e também impedir que o conteúdo se espalhe causando sujeira nas vias e entupimento de bocas de lobo.


Além de reduzir a quantidade de materiais que são encaminhados pela prefeitura para o aterro em Minas do Leão – cerca de 33,5 mil toneladas por ano –, o que vai representar uma economia para os cofres municipais, a ampliação da coleta seletiva também vai garantir o aumento de renda para dezenas de famílias que sobrevivem da reciclagem e contribuir para reduzir a poluição no planeta, promovendo sustentabilidade e preservação ambiental.


Dentre as ações para buscar a adesão da comunidade, está também a divulgação nas escolas, através do Projeto Troca Solidária, que teve início em outubro do ano passado. Cada quatro quilos de papel, metal, papelão, vidro e/ou plástico ou ainda uma garrafa Pet com dois litros de óleo vegetal usado e entregue pelo aluno ou aluna na escola, por ocasião da edição do projeto, dá direito a uma sacola com um quilo de alimento, contendo produtos adquiridos diretamente de agricultores familiares do município. Até o momento já foram realizadas sete edições, com 2,3 toneladas de resíduos sólidos recolhidos e 146,50 litros de óleo usado.


Na hora de fazer a separação, é importante saber que são considerados recicláveis papéis, plásticos, vidro, metais, latinhas, garrafas pet e papelão. Já na categoria de resíduos orgânicos e rejeitos estão restos de comida, erva-mate, papel higiênico e guardanapo.