Manter-se hidratado, escovar os dentes, tomar banho e até lavar a louça e as roupas têm ficado mais desagradável em Santa Cruz do Sul nas últimas semanas. O assunto já tomou conta nas rodas de conversa nas ruas e nas redes sociais.
O gosto e o cheiro ruim que saem das torneiras junto com a água que chega até a casa dos cidadãos de Santa Cruz do Sul está preocupando a população. Segundo o poder público, já é perceptível o aumento dos atendimentos de pacientes com diarreia e vômitos, supostamente relacionados à qualidade da água no município. A Corsan, entretanto, ressalta que a água chega em condições próprias para o consumo dos usuários.
O tema tomou força ainda maior na última sessão da Câmara de Vereadores. Diversos parlamentares relataram estar sendo cobrados pela comunidade, que se vê obrigada a gastar dinheiro nos supermercados para comprar água potável para o consumo.
O vereador Luis Carlos Ruas, do PSB, fez um discurso enérgico cobrando a Aegea, empresa privada que administra a Corsan. Ele ressaltou que o gosto e cheiro da água vem causando gastos nas unidades de saúde do município, e que a situação é preocupante para a saúde da população. “Essa água com mau cheiro pode matar uma pessoa. Tem gente indo pro hospital. Estou aqui falando pelas pessoas que eu fui visitar, deitadas na cama e me pedindo para vir na tribuna reclamar. Mas o quê adianta a gente vir aqui reclamar e não acontecer nada?”.
Rodrigo Rabuske (PL), reforçou o pedido para que a Corsan se manifeste sobre como está combatendo o problema. “Temos que cobrar da Corsan, da Aegea, não só notas genéricas, precisamos informações contundentes, que tranquilizem quem paga a conta, que é o cidadão santa-cruzense. (…) A Corsan, se não está entregando o que está contratado, tem que deixar de exigir de cobrar a conta, que não deixa de chegar na casa do santa-cruzense”.
A vereadora Nicole Weber (Podemos), levou à tribuna a reclamação que recebeu via WhatsApp de um cidadão que lhe cobrou providências sobre o assunto: “Este mês a Corsan não vai cobrar a água, né? Parece que mataram alguém e botaram na caixa d’água. A roupa chega a feder a podre. Gosto no café, no gelo, até mesmo fervendo a água, não tem quem tome ou faça alguma coisa, ninguém vai fazer nada?”.
Nicole ressaltou ainda que há três anos existe um pedido de sua parte para realização de um estudo por parte da Corsan, sobre a qualidade da água em Santa Cruz do Sul.
Mecanismo extra amplia combate ao cheiro e gosto da água
Em resposta ao questionamento do Riovale Jornal feito nesta quinta-feira, 21, a assessoria de imprensa da Corsan divulgou as ações que a empresa está tomando para reduzir os problemas do cheiro e gosto da água no município.
A Corsan está instalando, desde a manhã desta quinta-feira, 21, um mecanismo adicional para aplicação de carvão ativado no sistema de bombeamento no Rio Pardinho, de onde a água sai para o Lago Dourado e de lá para a estação de tratamento de Santa Cruz do Sul. O produto vem sendo usado na estação de tratamento e agora será utilizado também no poço de bombeamento da água bruta captada para ser tratada. Segundo a companhia, a ação deve aumentar a eficiência na remoção de gosto e cheiro causados pela incidência de algas no lago, em consequência das temperaturas elevadas.
A Companhia também está utilizando um produto diretamente no Lago Dourado, com o objetivo de inibir a proliferação de algas, que é um fenômeno histórico e natural em mananciais de água de todas as partes do mundo onde elas encontram temperatura, luminosidade e nutrientes para se desenvolverem.
A presença das algas em grande quantidade pode desencadear o aumento na concentração de compostos que alteram o odor e o sabor da água. O carvão ativado é indicado para corrigir essas variações devido à capacidade de absorver as substâncias causadoras da mudança.
O processo de tratamento da água em Santa Cruz do Sul passou por ajustes e vem sendo intensificado nos últimos dias. Normalmente, a água já passa por mais de 500 testes diários, feitos em amostras da estação de tratamento e em pelo menos 98 pontos de coleta distribuídos na cidade. Essas análises comprovam que a água atende aos parâmetros exigidos pela Portaria de Potabilidade do Ministério da Saúde.
Os resultados desse monitoramento contínuo são enviados à Vigilância Sanitária Municipal e Estadual, e também ao Ministério da Saúde. Portanto, a água chega às torneiras em condições próprias para o consumo humano e para uso nas demais tarefas. A Companhia assegura, ainda, que o cheiro e o gosto perceptíveis na água neste momento não são nocivos à saúde.
A Corsan possui competência técnica reconhecida pela certificação ISO 17.025, do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Isso reforça ainda mais a confiabilidade nos procedimentos realizados e a garantia da qualidade da água oferecida.
Para entrar em contato com a empresa, estão disponíveis o app Corsan (pelo telefone celular), site www.corsan.com.br (na Unidade de Atendimento Virtual), WhatsApp (51) 99704-6644 e ligações gratuitas pelo número 0800.646.6444.