Jéssica Ferreira
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Arquivo/RJ
A orientação das entidades para os fumicultores é que haja uma redução da área plantada
Decorrente ao cenário negativo da comercialização da safra de tabaco 2014/2015, os fumicultores sul-brasileiros e as indústrias fumageiras reuniram-se com o objetivo de realizarem um planejamento e algumas definições para a safra 2015/2016.
Segundo o presidente da Afubra, Benício Albano Werner, é fundamental que a produção de tabaco no Brasil seja adequada à demanda. “Queremos saber de cada empresa quais os planos para a nova safra no que diz respeito à produção contratada. Não podemos deixar o fumicultor plantar para depois dizer que não tem mercado e castigá-lo na hora da compra”, ressalta. Além da situação de produção, foram também vistos assuntos sobre a atual safra, o preço dos insumos, o custo de produção e a manutenção dos produtores e a preservação da estrutura de produção.
Na edição do Riovale Jornal no dia 21 de abril, já havia sido abordada a situação em relação à comercialização da safra até aquele devido momento, quando ainda não havia sido alcançado o auge. Até aquele período havia sido discutido sobre reduções nas áreas plantadas para o próximo ciclo, isto é, com a redução o produtor deverá ter mais lucratividade mediante os resultados da safra. “É melhor que se reduza a plantação, para que o produtor não sofra as consequências que sofreu no ano passado com os preços baixos pelas empresas”, declarou Werner.
A representação é formada pelas federações da Agricultura (Farsul, Faesc e Faep) e dos Trabalhadores Rurais (Fetag, Fetaesc e Fetaep) dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, e a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra). As reuniões resultaram definitivamente na redução da safra brasileira de tabaco para 2015/2016. A estimativa é de reduzir em 12% a produção da variedade Virgínia e em até 20%, a produção do Burley.
Com isso, para o próximo ciclo, o esperado é que a produção passe a ser de 607.010 toneladas de tabaco produzido nos três estados do Sul do país, ou seja, em termos seriam aproximadamente 529.415 de Virgínia, 66.586 de Burley e 11.010 de Comum – resultado, contra a estimativa de produção da atual safra, que foi de 695.850 toneladas, em termos, 601.610 de Virgínia, 83.230 de Burley e 11.010 de Comum.
A orientação das entidades para os fumicultores é que haja uma redução da área plantada (como já era de esperado) para que se possa adequar a produção à demanda. A comissão destacou que “convocadas as reuniões com as indústrias, foram reveladas as intenções de produção. E, de acordo com cada uma delas, haverá redução ou, no máximo, manutenção de área. Mas não podemos deixar o fumicultor plantar e, quando começar a comercialização, as indústrias alegarem não ter mercado”.
Além disso, outra recomendação dada pela entidade é que os fumicultores invistam na qualidade do tabaco, ou seja, ao reduzir a área o produtor pode se dedicar ainda mais ao produto e investir na qualidade do mesmo, o que dará ao fumicultor uma competitividade a mais na hora da venda.
Em termos de comercialização, houve na atual safra uma pequena melhora após a mobilização dos fumicultores realizada em Venâncio Aires no dia 10 de abril, mas ainda abaixo do esperado. Segundo as empresas, esta tendência de melhora deve se manter até o final da safra, uma vez que, até o momento, houve a compra do grande percentual de tabaco do baixo pé, restando o médio e o alto pé ainda por comercializar. Como as empresas não garantiram a melhora, as entidades continuam mobilizadas.