Luciana Mandler
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Após alguns moradores relatarem a situação do trânsito nas ruas Lindolfo Grawunder e Guilherme Kuhn, no Bairro Belvedere, em Santa Cruz do Sul, que causa insegurança, o Executivo Municipal, após estudos, optou pelo retorno da mão dupla em ambas as vias.
As intervenções iniciaram na quinta, 22, e foram concluídas nesta sexta-feira, 23. As mudanças foram realizadas pela Secretaria Municipal de Segurança, Transporte e Mobilidade Urbana em conjunto com a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura e Fiscalização de Trânsito.
A liberação do trânsito nos dois sentidos foi liberado na tarde desta sexta-feira na Rua Lindolfo Grawunder, assim como o acesso na Rua Guilherme Kuhn. Para que ambas as vias pudessem voltar a ser mão dupla, a equipe trabalhou na pintura e troca de placas. Hoje, o trabalho consistiu na remoção de canteiros.
O QUE PENSA A COMUNIDADE
Moradora há 30 anos do bairro, Rose Lopes acredita que as mudanças serão para melhor. Ela conta que no último dia 10 publicou no seu perfil do Facebook sobre a insatisfação que a mão única na Rua Guilherme Kuhn traz para a localidade. Na publicação, a moradora conhecida como uma liderança na comunidade, indagou outros moradores sobre o tráfego considerado por ela caótico e que deveria voltar a ser como era antes, “pois a mudança somente trouxe insegurança para quem caminha ali. Nem acostamento temos, sem falar de tantos acidentes que já aconteceram nesse trajeto, onde ontem tivemos mais um”, aponta.
O objetivo, segundo ela, era que o descontentamento chegasse até os órgãos competentes. E chegou. Logo após publicação, Rose conta que se surpreendeu ao ver que a prefeita Helena Hermany, acompanhada do vereador Henrique Hermany e do secretário Municipal de Segurança, Transporte e Mobilidade Urbana, Everton Oltramari foi até o local para verificar a situação.
Rose reforça que o que mais preocupa é o número de acidentes ocorridos no local, além de rachas e cavalinhos de pau, principalmente na Rua Guilherme Kuhn. “As pessoas se perdem devido à alta velocidade”, diz. Para ela, a mão dupla vai ajudar, pois antes não havia tantos problemas. “Percebe-se que as pessoas estão mais imprudentes no trânsito. Acho, inclusive, que deveria ter mais faixas de pedestres e cocurutos para redução de velocidade”, sugere. A moradora ainda salienta que muitas crianças estão em risco, pois estão brincando em suas casas que ficam próximas da rua. “O pedestre divide a rua com os carros”, sublinha.
Já para Berenice Gaspar Garcia, que mora no bairro com os filhos Henrique (seis anos), Fabrício (quatro anos) e Mariana (um ano e 11 meses), a mudança da via para mão dupla é um perigo, principalmente para as crianças. “No meu ponto de vista não será bom, pois tem o colégio logo acima e muitas crianças vão sozinhas para a escola, pois os pais não podem levar por estarem trabalhando”, comenta, ao pensar no retorno futuro das aulas.
“Vão precisar ter o dobro de atenção”, reflete. “Antes, as crianças precisavam cuidar apenas quem subia e já exigia cuidados. Com os carros vindo nos dois sentidos vão precisar cuidar quem sobe e quem desce”, argumenta. Berenice conta que tem sorte em poder levar o filho Henrique até a escola, mas para quem não pode fica o medo. Ela diz ainda que na rua sempre há movimento. “Às vezes parece pista de fórmula 1, o pessoal vem rápido demais”, aponta. “Na descida vão pegar o embalo. Vai ficar perigoso, ainda mais aqui perto da curva”, completa.
