Início Geral Romeu Schneider é reconduzido à presidência na última reunião do ano

Romeu Schneider é reconduzido à presidência na última reunião do ano

Representantes da cadeia produtiva se reuniram em Brasília e definiram também o calendário de encontros de 2024

Foto: Divulgação
Schünke apresentou os resultados da pesquisa sobre o perfil socioeconômico do produtor

Representantes de diversas entidades participaram da 71ª Reunião Ordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco na terça-feira, 31 de outubro, em Brasília. Em formato híbrido, a reunião teve entre as pautas a definição do novo presidente para o próximo biênio. O grupo participante foi unânime na recondução de Romeu Schneider à presidência da Câmara Setorial. Schneider, que também é vice-presidente da Afubra, agradeceu o apoio e disse que permanecerá atento às necessidades de toda a cadeia produtiva.


Romeu Schneider destacou as movimentações feitas nos últimos meses para levar adiante a preocupação do setor com a proximidade da 10ª Conferência das Partes (COP 10), da Convenção-Quadro para Controle do Tabaco (CQCT), que acontece de 20 a 25 de novembro, no Panamá. “Andamos demonstrando bastante a importância da cadeia produtiva. Há 20 dias da COP 10, não temos ainda uma posição oficial do governo. O que se sabe é uma pré-agenda que ainda não é a definitiva. Estamos no escuro em relação ao tema”, disse.


Iro Schünke, presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), apresentou os resultados da pesquisa realizada pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (CEPA/UFRGS), sobre o Perfil Socioeconômico do Produtor de Tabaco da Região Sul do Brasil. Segundo eles, a pesquisa desfaz as narrativas de antitabagistas em torno da produção de tabaco. “Recebemos muitas críticas por parte dos antitabagistas, que afirmam que o produtor vive em situação de vulnerabilidade. Mas a pesquisa demonstra que 80% dos produtores de tabaco enquadram-se nas classes A e B, enquanto a média geral brasileira não chega a 25%”, destacou.


Ainda segundo ele, a pesquisa também desmonta outras afirmações de quem não conhece o setor do tabaco. “Os números falam por si. No passado podíamos falar em desinformação. Mas hoje, com o acesso que temos, ainda insistir que o setor do tabaco no Brasil desmata, uso muito agrotóxico, usa mão-de-obra infantil, é atestar total desconhecimento ou má fé ao tratar de uma cultura que é tão importante para milhares de pessoas”, enfatizou Schünke.
O grupo definiu que o estudo completo fosse encaminhado ao Ministério da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário, bem como à CONCIQ. A pesquisa pode ser acessada na íntegra em: www.sinditabaco.com.br (seção Sobre o Setor, Perfil Socioeconômico).

SAFRA


Segundo dados da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), dos 1.191 municípios da Região Sul do Brasil, 490 produziram tabaco na safra 2022/23. O total de famílias envolvidas chega a 125 mil, com renda bruta estimada em quase R$ 11 bilhões. Schneider destacou a receita aferida pelos produtores de tabaco em comparação com outras culturas no mesmo período. “O rendimento de um hectare de tabaco equivale a 6,37 hectares de soja e de 7,66 hectares de milho. Em uma pequena área, estimada em 12 hectares em média, é um resultado que faz muita diferença para a manutenção das famílias no meio rural”, disse. Sobre a expectativa para próxima safra, Schneider comentou que “este ano tivemos um plantio de tabaco fora de época e ainda neste momento temos produtores transplantando tabaco. Então, não temos ainda previsão para a próxima safra”, comentou Schneider.

EXPORTAÇÕES


O presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), Iro Schünke, apresentou os resultados das exportações entre janeiro e setembro de 2023. Segundo informações do MDIC/ComexStat, até setembro o Brasil exportou 369.604 toneladas e US$ 1.959.657 milhões, o que representou -10,12% e 20,22%, respectivamente, na comparação com o mesmo período de 2022. Schünke avalia que o resultado está dentro do esperado, conforme pesquisa realizada pela consultoria Deloitte, que apontou tendência de -6 a -10% no volume. Já em divisas, a expectativa é de chegar próximo aos US$ 3 bilhões até o final do ano. Os principais países importadores no período são Bélgica, China e Estados Unidos, Indonésia, Turquia e Emirados Árabes. Ainda de acordo com o executivo, os números corroboram a tendência de estabilidade da posição brasileira no mercado mundial.

CARBONO


João Nicanildo Bastos dos Santos (Departamento de Gestão de Riscos da Secretaria de Política Agrícola do MAPA, fez uma apresentação sobre Gestão de Risco e Oportunidades no Mercado de Créditos de Carbono. “Não conheço nenhuma outra cadeia produtiva com esse nível de organização nesta questão da sustentabilidade e vale a pena colocarem no radar uma pesquisa sobre o potencial do crédito de carbono dentro da cultura do tabaco e, a partir das informações compartilhadas hoje, é possível que tenham um pote de ouro dentro da cadeia produtiva. Quando a pesquisa demonstra que o produtor está utilizando mais energia solar, isso tem um peso muito grande na redução do carbono. Depois da apresentação não tenho dúvida de que o tabaco está muito forte na área sustentável, pelas próprias condições que tiveram do mercado e que exigiu resiliência. Estão todos de parabéns”, comentou.

CALENDÁRIO 2024


A próxima reunião da Câmara Setorial ocorre em 18 de março de 2024, em Santa Cruz do Sul, aproveitando a abertura da Expoagro Afubra, que ocorre entre os dias 19 a 22 de março. Outros dois encontros estão previstos para o próximo ano: em 17 de julho e em 30 de outubro, em Brasília.