Mesmo com o relatório da CPI da Previdência informando que não há déficit no setor previdenciário, especialistas confirmam que o rombo no sistema é real. De acordo com o coordenador de Previdência do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Rogério Nagamine, o prejuízo pode inclusive comprometer o investimento em outras áreas importantes para a população. “Esse déficit chegou a 4,9% do PIB em 2016. Os problemas incluem risco de sustentabilidade e acaba diminuindo investimento em infraestrutura, por exemplo”, afirmou.
Durante sessões da CPI da Previdência, outro argumento usado contra a reforma é de que o rombo no setor irá sumir se os devedores pagarem a Previdência. Na opinião do economista do Departamento de Assuntos Fiscais e sociais do Ministério do Planejamento, Arnaldo Lima, a situação não é tão simples, já que os gastos com o benefício aumentaram muito nas últimas décadas. “Incluímos 14,6 milhões de pessoas nos últimos 17 anos, aumentamos o valor do benefício de R$ 274 para R$ 1.200 nesse período e a duração do benefício aumentou em quatro anos.”
Segundo projeção da Secretaria de Previdência do Ministério do Planejamento, o déficit da Previdência deve chegar a 181 bilhões de reais, este ano. Em 2016, o déficit do Regime Geral da Previdência Social (RGPS), dos trabalhadores rurais e da iniciativa privada, alcançou o recorde de R$ 149,73 bilhões.
(Fonte: Agência do Rádio Brasileiro)