Todos os povos, ao longo da história, observam rituais de passagem.
Lembro bem, por ocasião da minha confirmação, como rapaz, aos 13 anos, eu tinha de matar o primeiro porco para a festa. Era um evento religioso, seguido de festa na família. Era uma espécie de ritual, através do qual era declarada a maioridade do rapaz.
Assim, muitos outros aconteciam ao longo da vida. Acendíamos à vida social através de momentos em que os pais abençoavam a vida dos jovens que podiam participar de determinadas celebrações, relacionar-se com uma moça e frequentar a casa dela.
Entre os povos primitivos, os rituais eram mais categóricos, e os jovens tinham de dar demonstração de coragem em plena floresta à noite. Conta uma estória que o pai levava o filho para a floresta, colocava-lhe uma venda nos olhos e o deixava lá, sozinho.
O jovem deve permanecer sentado em um tronco a noite toda, sem remover a venda até que os raios do sol o avisassem que era de manhã. Se ele sobrevivesse à noite, sem se desmoronar, seria um homem.
Não podia contar a sua experiência aos amigos ou a ninguém, porque cada jovem tem que se tornar um homem sozinho.
O jovem estava claramente aterrorizado … ele ouve muitos barulhos estranhos ao seu redor. Certamente existiam feras ferozes ao seu redor. Talvez até homens perigosos poderiam machucá-lo.
O vento soprava forte a noite toda balançando as árvores, mas ele continua corajosamente, sem tirar a venda dos olhos. Afinal, é a única maneira de se tornar um homem!
Finalmente, depois de uma noite assustadora, o sol sai, e ele tira a venda dos olhos. E é nesse momento que ele percebe que o pai está sentado no tronco, ao lado dele. Esteve de guarda toda a noite, protegendo o filho de qualquer perigo. O pai estava lá, embora o filho não soubesse.