Educar bem para o bem de crianças e jovens, visando a construção de um mundo mais justo e fraterno. É essa missão que desde 1903, o Colégio Marista São Luís busca passar aos seus 830 estudantes, com o objetivo de formar grandes cidadãos para a sociedade. Dentro dessa perspectiva, o esporte sempre integrou o currículo pedagógico para auxiliar na formação de valores humano-cristãos, com cuidado da vida, de despertar talentos e diferentes jeitos de aprender. Entre as modalidades esportivas incentivadas na escola está o basquete, em que o educandário obteve destaque em competições escolares e adulta.
Nei César Morsch, 53 anos, atual diretor do Colégio Marista São Luís, é um dos grandes incentivadores do basquete na escola. Aluno desde ensino fundamental, o diretor se recorda que o basquete começou a ser praticado em áreas externas da escola, lembra que foi incentivado pelo professor Delmar Hintz. Em 1978, a direção do Marista São Luís construiu um novo ginásio esportivo com capacidade para três mil pessoas. Inaugurado em agosto daquele ano, o Ginásio Luísão, apelido carinhoso adotado, passou a contar com sala de ginástica, quatro vestiários e mesa de massagens, além de espelhos para aeróbica, oficina de teatro e canto. “Tínhamos o basquete em áreas externas, mas com a inauguração do ginásio, o esporte potencializou”, lembra o diretor.
Nos primeiros anos, já com o ginásio, os estudantes do São Luís disputavam o basquete nos Jogos Champagnat, tradicional competição interna do educandário, que iniciou em 1981 e neste ano estará completando 40 anos. “Desde pequeno acompanhei os jogos Champagnat, que eram os jogos internos da escola e que neste ano vão completar 40 anos. Começou com o professor Antonio Gonçalves somente com o esporte e depois foi ampliado para atividades pedagógicas, culturais e solidárias. São três equipes divididas entre todos os alunos e toda a escola se envolve, sendo um evento que se tornou tradição”, salienta Morsch.
Nos anos 80, o professor Gilmar Weiss passou a ser o responsável por incentivar a modalidade, com a escola passando a participar das primeiras competições estudantis. Morsch recorda dos primeiros clássicos disputados com o Colégio Mauá no basquete. “Desde o tempo do Gilmar Weiss, tinha a rivalidade Mauá e São Luís. Com as demais escolas não havia tanta rivalidade. Tínhamos como fomentador o Corinthians e a Ginástica com o basquete de competição sendo mais desenvolvido nos clubes. Nas escolas era mais a nível de aprendizado”, destaca.
Títulos no Maristão e Liga Municipal
Após se formar em educação física, o diretor foi quem assumiu como professor de educação física no lugar de Gilmar Weiss e passou a ser técnico de basquete no educandário. Morsch conta que desde 1985, o Colégio São Luís participa dos jogos escolares do Maristão, evento organizado pela Rede Marista e que conta atualmente com 20 escolas participantes, reunindo mais de 3 mil atletas em diversas modalidades esportivas. “No início, o Maristão era disputado em duas províncias, sendo uma de Santa Maria e outra de Porto Alegre. O São Luís realizava jogos com escolas da província de Porto Alegre”. A partir dos anos 90 que o colégio santa-cruzense passou a se destacar no basquete, principalmente com a categoria juvenil, tinha equipes da escola disputando os estaduais de base representando Santa Cruz do Sul, vindo a obter ótimos resultados. “Como participávamos do estadual de base representando Santa Cruz do Sul, o time já tinha ritmo de jogo. Participamos do Maristão nas categorias mirim, infantil e Juvenil e nos sagramos campeões em várias edições. Eram equipes coesas e que foram crescendo ano a ano. Enfrentamos Santa Maria, o Rosário de Porto Alegre, Uruguaiana, que tinham grande influência argentina no basquete pela proximidade. O nível era bastante alto e as disputas eram acirradas”, lembra o diretor.
No Maristão, os jogos da categoria juvenil sempre ocorrem no mês de outubro e das categorias mirim e infantil no mês de novembro. A última edição foi realizada em 2019, nas dependências do Colégio Rosário e da Pontificia Universidade Católica (PUC), ambas em Porto Alegre, com a participação de 20 escolas representando 14 cidades.
O São Luís também realizava vários amistosos com escolas da região. A partir de 1999, os alunos da escola participaram de estaduais de base representando Santa Cruz do Sul. “Teve uma época que Santa Cruz do Sul não tinha as categorias de base e o São Luís colocou equipes do colégio jogando estadual e enfrentou equipes como Sogipa, União, Bira de Lajeado, Corinthians de Santa Maria, entre outros times. Nosso melhor resultado foi um terceiro lugar no estadual”. A categoria juvenil também participou dos antigos Jogos Bom de Bola, que eram realizados em todo o Eestado, com o educandário sendo campeão no basquete. “Foi muito rico para nós poder movimentar a cidade e a escola representando Santa Cruz no estadual”, recorda o diretor.
Com a saída de Morsch, que assumiu a direção do educandário, os ex-alunos Tiago Rauber, Altobelli e Rodolfo assumiram o basquete nos anos seguintes, dando continuidade ao trabalho no ambiente escolar, com destaque para as categorias mirim e infantil, que passaram a conquistar bons resultados. Mesmo sendo diretor, Morsch continuou participando do basquete fora do ambiente escolar e foi o treinador da equipe do São Luís na disputa da Liga Municipal de Basquete, competição que a equipe formada por ex-alunos do educandário sagrou-se campeã. “Eles aprenderam com os mais velhos que participavam da competição e foram se integrando para ajudar a fomentar o crescimento do basquete em Santa Cruz. Foi gratificante poder ensinar eles desde pequenos até o nível adulto e depois ver eles jogarem e construírem novas amizades. O basquete fomenta e proporciona as boas relações em sociedade”.
Atualmente, devido à pandemia, o basquete segue com treinamentos paralisados na escola. Morsch, que também construiu carreira na modalidade, destaca a sua paixão pela modalidade. “Esta relação com o basquete fica para o resto da vida. Em Santa Cruz tem a valorização do esporte que é reconhecido pela comunidade. O basquete é uma escola na formação pessoal, desenvolvendo a autonomia, protagonismo, convivência e relacionamentos, sendo uma experiência de vida participar de eventos, um aprendizado. Só tenho a agradecer, como professor e treinador, ao basquete e a todos que auxiliaram e construir a minha história e que pude contribuir em suas formações e desenvolver o basquete que é uma paixão em Santa Cruz do Sul”, finalizou.