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Rio Grande do Sul | Pesquisa mostra atividade industrial estagnada

IDI-RS cresce 0,4% em fevereiro, mas não compensa perdas anteriores

Incertezas tanto na economia nacional quanto na global provocam insegurança no mercado
José Paulo Lacerda/CNI

A pesquisa do Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS) de fevereiro, divulgada nesta semana pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), mostra a volatilidade da atividade no setor nos últimos meses. Após quedas que totalizaram 1,7% no acumulado entre dezembro de 2024 (-1,2%) e janeiro de 2025 (-0,5%), o IDI-RS cresceu 0,4% na comparação com o primeiro mês do ano. O resultado compensou em parte as perdas anteriores, mas revela certa estagnação na atividade. Ao mesmo tempo, ante fevereiro de 2024, o recuo chegou a 0,7%.

Segundo a Unidade de Estudos Econômicos da Fiergs, isso ocorre devido ao contexto econômico atual brasileiro, caracterizado por incerteza fiscal, taxa de juros elevada e inflação crescente. Outro aspecto influente é o aumento da desconfiança no cenário internacional, que provoca insegurança ao empresariado, especialmente depois da taxação anunciada pelo governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a produtos de outros países.

Em fevereiro, o bom resultado do IDI-RS ante janeiro refletiu os desempenhos positivos, sobretudo, das horas trabalhadas na produção (1,4%), do emprego (0,5%), da massa salarial (1,1%) e das compras industriais (0,5%). Em sentido oposto, o faturamento real caiu 0,9% e a utilização da capacidade instalada (UCI), 0,2 ponto percentual, atingindo 78,8%.

BIMESTRE

Nos dois primeiros meses de 2025, em relação ao mesmo período de 2024, a expansão da atividade alcançou 0,7%, puxada principalmente pelas elevações nas compras industriais (7,8%), no emprego (0,9%) e na massa salarial real (1,2%). Por sua vez, o declínio veio no faturamento real (-1%), nas horas trabalhadas na produção (-1,9%) e na UCI, com menos 1,2 ponto percentual. Entre os 16 segmentos pesquisados, nove apresentaram crescimento nos dois primeiros meses do ano comparativamente ao mesmo período de 2024. Destacaram-se positivamente, com maior impacto, máquinas e equipamentos (5,4%) e, negativamente, couro e calçados (-7,3%).

INOVAÇÃO

O presidente da Fiergs entende que não há futuro para a indústria sem soluções inovadoras. “A união entre indústria e ecossistema de inovação é fundamental para acelerarmos nosso caminho rumo à indústria do futuro. O que vimos na Feira de Hannover (realizada na Alemanha entre 31 de março e 4 de abril) reforça a urgência de novos modelos e novas soluções. Contamos com as startups para ajudar a indústria gaúcha nesta corrida mundial pelo melhor desempenho”, afirmou Claudio Bier, na abertura do evento Indústria do Amanhã – Startups e Sistema Fiergs em Conexão.