A condição socioeconômica dos produtores brasileiros de tabaco fará parte das explanações apresentadas aos participantes da Reunião Regional das Américas de 2024 da Associação Internacional dos Países Produtores de Tabaco (ITGA). O evento será nesta segunda-feira, 18, em Santa Cruz do Sul, receberá delegações dos países-membros e terá como entidade anfitriã a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra). A pauta geral do encontro tratará sobre temas relacionados à produção e ao mercado mundial de tabaco.
A apresentação a respeito da real condição econômica e social dos produtores será realizada pelo presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), Iro Schünke. Ele apresentará os dados da pesquisa “Perfil socioeconômico do produtor de tabaco da Região Sul do Brasil”, realizada no segundo semestre do ano passado pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Cepa/Ufrgs).
Conforme Schünke, o convite para a explanação no evento internacional é mais uma oportunidade para desfazer falsas narrativas sobre a condição do produtor de tabaco e mostrar que a realidade é de renda e condições de vida bem superiores aos da média da população brasileira. “Já ouvimos que o produtor de tabaco vive em uma situação de vulnerabilidade, mas o estudo desmonta esse tipo de declaração”, explica. “Na primeira edição da pesquisa, em 2016, os resultados já haviam sido semelhantes a esses de 2023 e não surpreendem quem conhece o setor do tabaco.”
Dados como o de que a renda per capita mensal do produtor de tabaco é mais do que o dobro da média brasileira fazem parte do relatório dos pesquisadores, que verificaram também o bom acesso a itens de conforto doméstico, bem como de diferenciais nas aquisições relacionadas às condições de higiene e saúde. Tal cenário é facilitado pela renda superior e resulta ainda em um elevado grau de satisfação, sentimento constatado nas respostas aos questionamentos das entrevistas da pesquisa.
O estudo revela dados como o de que a renda média familiar dos produtores de tabaco da Região Sul do Brasil é de R$ 11.755,30, ficando a renda per capita em R$ 3.540,75, enquanto o ganho per capita média do brasileiro é de R$ 1.625,00, segundo o IBGE em 2022. Outras informações constatadas são, por exemplo, de que 80% dos produtores de tabaco enquadram-se nas classes sociais A e B, enquanto a média geral brasileira não chega a 25%. O melhor padrão social dos produtores de tabaco é percebido também na base da pirâmide, pois apenas 19,6% estão nos estratos C e D, situação que é a realidade de quase 76% da população nacional.
A Reunião Regional das Américas da ITGA terá também apresentações sobre “Bloco de mercado”, por Ivan Genov, analista de mercado da ITGA, e “A importância do agro”, pelo economista Antônio da Luz. A sessão terá ainda discussão sobre as conclusões da 10ª Conferência das Partes (COP 10) da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT) e outros temas pertinentes ao setor do tabaco no mundo. Estarão presentes os presidentes da ITGA, José Javier Aranda, e da Afubra, Marcílio Drescher, além de representantes de associações de produtores de outros países-membros e convidados especiais.