A morte é bela, quando se respeita a vida. E tal assertiva reconhece que não há motivo que justifique o triste ato de pôr fim à existência, antes do prazo previsto em nossas agendas espirituais. Por isso, aos que erroneamente vislumbram no suicídio o alívio para suas dores, aproveito o ensejo para esclarecer: o suicida mata-se à procura da paz; todavia, depara-se com o maior dos tormentos, algo muito diferente do suposto nada, que, por sua vez, não existe. A trajetória espiritual-humana não cessa, e nela se colhe o que se houver plantado. Admoestou Jesus, em seu Apocalipse, 2:23: “(…) Eu sou Aquele que sonda rins e corações, e retribuirei a cada um segundo as suas obras”.
Insisto que o grande segredo da vida é, amando a vida, saber preparar-se para a morte, ou vida eterna, na hora certa, determinada por Deus. Com sabedoria, o saudoso Irmão Alziro Zarur (1914-1979) alertava: “O suicídio não resolve as angústias de ninguém”.
Essa máxima sintetiza uma crucial verdade, que já impediu, graças a Deus, incontáveis tragédias, na terra e no espaço, provocadas pelo enganoso crime de atentar contra si mesma ou si mesmo. Portanto, quando o sofrimento bater à porta, essa nunca será uma solução. Nos momentos mais pungentes, apelemos para Jesus, que jamais se mantém afastado de nós, pois foi Ele quem prometeu: “Não vos deixarei órfãos; voltarei para junto de vós” (Evangelho, segundo João, 14:18).
Quando vier um pensamento de desânimo ou você se sentir abandonada ou abandonado, nesse mesmo instante é quando maior amparo estará recebendo dos céus, basta que entre na luminosa faixa vibratória do Cristo.
Reflexão de minha autoria em Como Vencer o Sofrimento (1990):
Honremos o extraordinário dom que Deus nos concedeu, que é a vida, e Ele sempre virá em nosso socorro pelos mais inimagináveis e eficientes processos. Substancial é que saibamos humildemente entender os seus recados e os apliquemos com a Boa Vontade e a eficácia que Ele espera de nós. A permanente sintonia com o poder divino só nos pode capacitar o espírito, para que tenha condições de sobreviver à dor, mesmo que em plena conflagração dos destemperos humanos.
José de Paiva Netto ― jornalista, radialista e escritor