Pensar a política de saúde física e mental dos trabalhadores e buscar avanços que contribuam para melhorar as relações de trabalho e, consequentemente, a qualidade de vida dos trabalhadores. Com este propósito delegações de 68 municípios da região dos Vales estiveram presentes no auditório central da Unisc para acompanhar o primeiro dia de atividades da 1ª Conferência Macrorregional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora.
O encontro reuniu usuários, gestores públicos, prestadores de serviços conveniados ao SUS e profissionais de saúde. A solenidade de abertura contou com a presença de representantes da Prefeitura de Santa Cruz do Sul, através da Secretaria Municipal de Saúde, da Secretaria Estadual de Saúde, da 13ª Coordenadoria Regional de Saúde, dos conselhos municipal e estadual de saúde, do Cerest Estadual e Cerest Vales e da Unisc.
Para o secretário municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul, Carlos Behm, a conferência é um marco histórico de uma luta que já vem de longa data: a de incluir a saúde do trabalhador como uma área específica dentro do Sistema Único de Saúde (SUS). “Esse é o momento para pensarmos e viabilizarmos políticas e metas de aproximação com o trabalhador mais humilde, aquele que atua no chão de fábrica, lá na área rural”, disse.
Behm criticou o que chamou de “academização” do discurso e propôs um diálogo mais acessível e mais abrangente para avançar em termos de participação social. “Muitas vezes discutimos e filosofamos demais nos distanciando da realidade do trabalhador. O desafio é traçar teorias que nos aproximem da prática”, defendeu.
DECOM/PMSCS/Divulgação
Behn definiu a conferência como um marco histórico.
Já o presidente da conferência, Darci Benke, também presidente do Conselho Municipal de Saúde, elogiou a participação do público na plateia. “Nosso objetivo é que daqui saiam boas propostas para defendermos em nível estadual e nacional. É uma discussão muito importante para que alcancemos metas que melhorem de fato a saúde dos trabalhadores dentro das empresas”, disse.
Na sexta-feira, 9 de maio, o trabalho aconteceu em torno de dois paineis: Como está a saúde/doença do trabalhador na macrorregião Vales, conduzido pelo representante da 4ª Conferência Nacional, Anibal Machado, e Como garantir a saúde do trabalhador, cuja explanação foi feita pela doutora em Epidemiologia e mestre em Serviço Social, Maria Juliana Moura Correia, do Programa de Saúde do Trabalhador da Universidade Federal da Bahia.
Durante a exposição, Maria Juliana que hoje atua na área de pesquisa sobre câncer ocupacional, falou sobre os avanços na política de saúde dos trabalhadores, mas enfatizou que mesmo diante de muitas garantias previstas pela legislação, ainda existe uma grande dificuldade na sua implementação. “Temos que aproveitar a oportunidade desta conferência para abordar quais os grandes desafios que temos pela frente. Se temos uma política há tantos anos porque ela não se efetiva?”, questionou. “Vamos ouvir a população, saber o que está faltando para melhorar a saúde coletiva e levar novas propostas aos governos”.
Na manhã de sábado, 10 de maio, a conferência prosseguiu com a eleição dos 32 delegados que representarão a instância macrorregional na Conferência Estadual, que será realizada de 5 a 7 de junho, na capital. O grupo, foi composto por 16 representantes do segmento dos usuários, oito dos trabalhadores de saúde e mais oito do segmento dos gestores e prestadores de serviços conveniados ao SUS. Já na parte da tarde os nomes foram homologados em plenária e houve aprovação do relatório final, resultante das discussões realizadas pelos grupos de trabalho.
Assessoria de Comunicação PMSCS