O Rio Grande do Sul está em alerta máximo. Com a piora dos indicadores de internações e propagação de coronavírus, o mapa preliminar da 42ª rodada do Distanciamento Controlado, divulgado nesta sexta-feira (19/2), apresentou recorde de bandeiras pretas, que indicam altíssimo risco para esgotamento da capacidade hospitalar e velocidade de disseminação do vírus.
Onze das 21 regiões foram previamente classificadas com o nível mais alto previsto no sistema de enfrentamento à pandemia, o que representa 68,4% da população gaúcha – mais de dois terços.
Até então, o RS só havia tido duas rodadas com bandeira preta: na 32ª semana (de 15 a 21 de dezembro), com duas regiões, e a última, na 35ª rodada (de 5 a 11 de janeiro), com uma bandeira preta.
As regiões em bandeira preta nesta 42ª semana são Canoas, Capão da Canoa, Caxias do Sul, Erechim, Lajeado, Novo Hamburgo, Palmeira das Missões, Passo Fundo, Porto Alegre, Santa Cruz do Sul e Taquara. As outras 10 regiões foram classificadas em bandeira vermelha, que indica alto risco epidemiológico.
Veja a classificação prévia da 42ª rodada em https://distanciamentocontrolado.rs.gov.br
Por conta da subnotificação já esperada por parte dos hospitais em períodos de feriado prolongado, como o Carnaval, o Gabinete de Crise optou por utilizar os mesmos dados de hospitalizações registradas na semana passada.
Na rodada anterior, foram registradas 1.030 hospitalizações ante 851 desta semana, número que não condiz com o cenário dos últimos dias. Esse dado, somado aos demais indicadores atualizados, resultou em grande parte das regiões em bandeira preta.
As exceções foram Taquara e Erechim, que, com o número de internações da semana passada, ficariam classificadas em bandeira vermelha. Como houve aumento de registros nesta semana nestas duas regiões, elevando a nota das regiões para o nível da preta, o governo optou por usar os dados desta rodada.
Em Ijuí e Santa Cruz do Sul também houve aumento de registros de internações na rodada atual. Ijuí ficaria em vermelha nos dois cenários e Santa Cruz do Sul, na bandeira preta. Portanto, foram usados os dados mais atuais.
Ou seja, nas regiões que apresentaram aumento dos registros de hospitalizações confirmadas nas duas últimas semanas, se utilizou o período atual. Nas regiões que apresentaram redução dos registros devido a possíveis subnotificações, se repetiu a mensuração da semana anterior.
RECURSOS E COGESTÃO
As associações regionais que desejarem enviar pedido de reconsideração ao mapa preliminar terão ainda o prazo de 36 horas para encaminhar a solicitação ao governo, mas contando a partir da divulgação total dos dados considerados no mapa preliminar, o que deve ocorrer ainda na noite desta sexta (19). O horário final será divulgado quando as informações forem publicadas, juntamente com o link do formulário.
Encerrado o prazo no domingo (21/2), será publicada informação no portal de notícias do governo do Estado com o número de recursos recebidos. Os pedidos serão analisados pelo Gabinete de Crise, e o mapa definitivo, divulgado também no portal de notícias às 16h30 de segunda-feira (22/2). A vigência das novas bandeiras será de 23 de fevereiro a 1º de março.
Caso a classificação prévia seja mantida, as regiões em bandeira preta que aderiram ao sistema de cogestão regional podem adotar os protocolos próprios compatíveis até o nível de restrição da bandeira vermelha, desde que tenham previstos nos seus planos. O mesmo vale para as regiões em vermelho em cogestão, que podem adotar até o nível de laranja.
Das 21 regiões Covid, 19 aderiram ao sistema compartilhado. As duas únicas regiões que não fazem parte da cogestão e, portanto, devem seguir os protocolos determinados pelo Estado são Guaíba e Santa Maria.