Lucca Herzog
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O Dia Nacional do Surdo, 26 de setembro, é componente do Setembro Azul, que visa dar visibilidade à comunidade surda e aos desafios que enfrenta. O objetivo da criação dessa data é ensejar a reflexão e o diálogo sobre os direitos e a inclusão das pessoas surdas na sociedade. É também um meio de reconhecer e difundir a Língua Brasileira de Sinais (Libras), bem como o caráter legal e essencial da língua para a comunicação, expressão e integração da população surda no país.
Em função disso, a Escola Estadual Nossa Senhora do Rosário, que é referência na educação de alunos surdos, realizou, nesta quinta-feira, 28, uma atividade envolvendo toda a instituição de ensino, entre estudantes surdos e ouvintes. Os professores e intérpretes organizaram jogos interativos e visuais (de múltipla escolha, sinais manuais e desenho), utilizando como base a Língua de Sinais.
Para o aluno surdo Maklen Klein, a atividade integrou os alunos, ajudando, dessa forma, aos ouvintes a aprender mais de forma lúdica: “Eu já conheço bem a língua de sinais. É importante não só os surdos usarem, mas todas as pessoas”.
Os surdos no Brasil
Segundo o IBGE, em 2022 o país tinha em torno de 5% da população com algum grau de surdez. Esse número representa 10 milhões de pessoas, sendo que cerca de 2,7 milhões não ouvem nada. Como a diretora Gláucia Maria Etges comenta, o caminho de aprendizagem dos surdos, durante algum tempo, foi prejudicado por uma corrente que não considerava a Libras um meio adequado para a mediação do conhecimento e das experiências. Essa concepção já foi parcialmente superada, mas ainda é necessária a disseminação da própria importância dessa língua na sociedade.
“Acredito que a Libras está sendo bastante divulgada nos últimos anos, em função da mídia”, avaliou Gláucia. “Mas isso ainda não é regra, como ter a possibilidade do surdo identificar o lugar onde está de outra forma que não seja auditiva. Aqui na escola, quando troca o período, temos o sinal sonoro e o visual, com lâmpadas coloridas, placas informativas em Libras. E isso, na sociedade, não se enxerga”.
A diretora salienta, ainda, que as atividades não são para comemorar: “São para refletir sobre como a sociedade tem lidado com a inclusão; sobre as necessidades especiais, e como elas podem ser sanadas. E também de que forma os surdos se engajam nessa luta, porque grande parte dessas conquistas vem do esforço deles. Esse dia é importante para reconhecer isso, e para que lembrem de ir atrás de seus direitos”.