A Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) recebeu na segunda-feira, 29, a visita do ministro-chefe da Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta. Na oportunidade, o ministro detalhou os investimentos do Governo Federal para a reconstrução do Estado, ouviu demandas da Universidade e recebeu a Proposta de Revitalização do Rio Pardinho Pós-Inundações.
Pimenta iniciou a fala lembrando que, 90 dias atrás, não se imaginaria estar tratando sobre essa pauta. “Mas é uma pauta que ganhou uma magnitude, que ganhou uma complexidade, que acabou engolindo qualquer outra pauta do Estado hoje. Seja ela pelo aspecto econômico, tem vários capítulos. Vocês aqui têm muito perto essa realidade que envolve os produtores, dentro dessa realidade tem a questão da produção, tem a questão do solo, tem a questão das bacias hidrográficas, tem um conjunto de situações bastante delicadas”, diz.
Pimenta ainda enfatizou a dificuldade que as prefeituras estão tendo em apresentar os projetos de reconstrução. Ele sugeriu um encontro com membros da Defesa Civil e integrantes do Ministério das Cidades, ao lado de prefeitos da região, para que se possa esclarecer dúvidas e auxiliar nestes encaminhamentos. A ideia é que o encontro ocorra na Unisc em breve. “As universidades são muito importantes neste trabalho de auxílio aos municípios, parceiras em todas as áreas.”
E pensando nesta parceria com os municípios que a Unisc apresentou ao ministro-chefe a Proposta de Revitalização do Rio Pardinho Pós-Inundações. As ações visam restaurar o ecossistema aquático, melhorar a qualidade da água, tornar a bacia hidrográfica mais resiliente e minimizar os impactos de eventos climáticos extremos futuros, garantindo a sustentabilidade ambiental e socioeconômica da região afetada.
“Que estejamos mais resilientes no contexto de eventos extremos. Eu falo em eventos extremos, não falo só de chuva e inundação. Nós temos, logo em novembro, uma seca muito forte. Essa proposta que está sendo apresentada é para que possamos nos tornar mais resilientes, tanto para a estiagem, como também para eventos extremos de chuva. Então, potencializar a infiltração de água do solo para que tenhamos o armazenamentos dessa água, pensar esses temas de grande porte de macrodrenagem. É um estudo completo e apoio técnico para que sejam executadas ações para que possamos ter essa resiliência”, exalta a coordenadora do Curso de Agronomia da Unisc e especialista do Centro Socioambiental da Unisc, professora Priscila Pacheco Mariani.
A reunião ainda teve a presença do diretor-geral do HSC, Vilmar Thomé; dos pró-reitores Acadêmico e Administrativo, Rolf Fredi Molz e Heron Sérgio Moreira Begnis, respectivamente; do diretor de Ensino e Tecnologia Educacional, Rudimar Serpa de Abreu; do diretor de Pesquisa e Pós-Graduação Stricto Sensu, Adilson Ben da Costa; da diretora de Extensão e Formação Continuada, Chana de Medeiros da Silva; do diretor de Inovação e Empreendedorismo, Rafael Kirst; do diretor de Finanças, Fernando Batista Bandeira da Fontoura; do coordenador da Unisc Serviços, Paulo Theisen; e do professor da Unisc, João Pedro Schmidt.
Saiba mais sobre o projeto de revitalização do Rio Pardinho
Esta proposta tem impacto direto nas esferas econômica, social e ambiental, contribuindo para a recuperação sustentável da região.
•Econômico: A recuperação dos solos nas pequenas propriedades rurais, especialmente na agricultura familiar, contribuirá para a restauração da capacidade produtiva e a segurança alimentar, reduzindo os custos de produção e aumentando a produtividade.
•Social: O monitoramento da qualidade da água e o repovoamento de peixes nativos melhorarão a qualidade de vida das comunidades locais, garantindo o acesso a recursos hídricos limpos, promovendo a biodiversidade aquática. A maior resiliência da bacia minimiza os impactos de eventos climáticos extremos futuros, evitando mortes e minimizando as perdas materiais. A implementação de sistemas de alerta precoce será crucial para aumentar a segurança das comunidades, fornecendo notificações antecipadas sobre possíveis inundações e outros eventos climáticos extremos. Além disso, o suporte técnico contínuo e o auxílio aos produtores afetados serão fundamentais para garantir que eles permaneçam na região, evitando o abandono das atividades agrícolas devido aos estragos causados pela inundação.
•Ambiental: A estabilização de taludes e o reflorestamento das margens dos rios ajudarão a prevenir a erosão, melhorarão a qualidade do solo e protegerão a flora e fauna locais. O desassoreamento respaldado por um estudo técnico e associado a outras ações de revitalização, permitirá a remoção de sedimentos acumulados, restaurando a capacidade de fluxo do rio e reduzindo o risco de futuras inundações.