Ricardo Gais
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Em funcionamento desde 16 de novembro do ano passado, o Pix – novo sistema de pagamentos e transferências instantâneas criado pelo Banco Central, está disponível de forma gratuita para pessoas físicas e permite um acesso mais simples do que os outros serviços disponibilizados pelos bancos. Mas apesar de sua praticidade, o sistema ainda gera dúvidas.
Com a possibilidade de ser acessado a qualquer hora ou dia da semana pelo próprio celular em um aplicativo de banco, o dinheiro passa do pagador ao recebedor de forma imediata, podendo pagar uma conta de forma prática, sem precisar do dinheiro em espécie ou pagar em outro momento. Inclusive, boletos de água e luz por exemplo, podem ser quitados, desde que acessados pelo QR Code. Conforme Silvio Cezar Arend, subcoordenador dos cursos de Ciências Econômicas e Relações Internacionais da Unisc, a adoção do sistema por parte das pessoas físicas facilitará as transações de valores entre contas. “Eu passei a usar o Pix, é uma forma mais rápida e principalmente barata para fazer transferências e pagamentos. Para empresas, é preciso ver o custo, no início é gratuito, mas depois será cobrado um percentual da transação, então é preciso comparar com as outras formas de pagamento – cartão, maquininhas e outros”, explica. Arend também comenta que para as empresas, além do custo de transação, é preciso adaptar o sistema de emissão de nota fiscal da empresa para gerar o QR Code do pagamento, o que gera custos.
Outros fatores normais para as novidades que envolvem dinheiro são o receio e a desconfiança, que travam a adesão de mais pessoas neste novo sistema. Arend salienta que a desconfiança da população não parece que seja maior do que aquela já existente e que gera resistência em utilizar aplicativos bancários no celular, fazer compras on-line, entre outros. “Quem já utiliza estes meios, em princípio não deveria ter resistência a utilizar o Pix também. É importante observar que o pagamento é à vista e não tem como ser estornado, então antes de qualquer compra é preciso ver o saldo da conta corrente”, sublinhou.
Conforme o Banco Central, as transações feitas pelo sistema serão estornadas apenas nos casos em que houver suspeita de fraude e os pagamentos ou transferências, que podem demorar até 30 minutos para serem verificados. As transações podem ser feitas pelos aplicativos de bancos e de pagamentos para telefone celular ou pelo internet banking em computadores.
Conheça mais sobre o Pix
No Pix não é necessário informar todos os dados do beneficiário. Os usuários do serviço podem cadastrar de uma até cinco chaves associadas a uma conta bancária – a chave serve para localizar o destinatário do pagamento sem outros dados de identificação. Podem ser usados como chave Pix o CPF, CNPJ, número do celular, endereço de e-mail ou um código de 32 dígitos gerado especificamente para o Pix (EVP). Ao fazer a transferência, basta informar a chave do beneficiário para que o sistema localize o recebedor do pagamento e realize a transação. No caso de não ter uma chave, o usuário precisará repassar os dados bancários ao outro envolvido na transação.
O código EVP permite receber pagamentos sem informar nenhum dado pessoal, sendo um código com letras e números criado especificamente para as transações por meio do Pix. O código aleatório vai possibilitar ainda a geração de códigos de barra do tipo QR Code, que podem ser lidos por câmera de celular para fazer pagamentos. Os códigos podem ser fixos, com um mesmo valor de venda (em locais de preço único), ou variáveis, criados para cada venda.
Como em outros serviços bancários, os valores que poderão ser manuseados pelo sistema vão variar de acordo com o perfil do cliente. Os limites variam de no mínimo 50% do valor das transferências tipo TED até o valor autorizado para compras em débito. Os limites também sofrem mudanças de acordo com o dia e horário da semana e podem ser agendados se necessários.