Luísa Ziemann
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É comum ver nos cliques dos aparazzis ou nas redes sociais de muitos atletas os mesmos vestindo peças de grifes mundialmente conhecidas no mundo da moda – como Prada, Dior ou Louis Vuitton. São tênis, casacos, relógios e até mesmo meias que fazem o estilo dos jogadores e viraram febre no meio futebolístico. Mas nem todas as peças saem direto das lojas de grife para os guarda-roupas dos atletas. Uma das empresas responsáveis por atender esse público é a Bless Clothing. Fundada pelo casal Paulo Júnior Nascimento Moraes, natural de Arroio dos Ratos, e Ana Carla Nascimento Moraes, natural de Rio Pardo, a loja revende itens de diversas grifes famosas e oferece uma extensa linha de produtos de alto nível.
Em 2015, o casal decidiu dar um passo a mais na união dos dois e, além de marido e mulher, se tornaram sócios da Bless. “Trabalhávamos em empregos diferentes e longe um do outro, então a Bless surgiu da vontade de termos um negócio juntos, pensamos em algo que ambos gostavam e que tínhamos públicos para isso”, conta Ana Carla. Com o foco voltado para réplicas fiéis de roupas, calçados e acessórios de grife, não demorou muito para a loja cair no gosto de consumidores de todo o Estado e até mesmo do país, uma vez que os itens podem ser enviados pelo Correios para todo o Brasil.
De acordo com Ana Carla, a primeira venda para um jogador de futebol aconteceu em 2018. Na época, Matheus Henrique – que tem passagem na seleção brasileira e atualmente jogador do Sassuolo da Itália – atuava no Grêmio, e chegou até a Bless por meio das redes sociais. “Hoje Matheus é o “padrinho” da Bless e nosso grande amigo”, conta o casal. A partir daí o jogo virou para Ana Carla e Paulo Júnior. “Nossa empresa ganhou muita visibilidade e credibilidade, eles lançaram nosso nome para o mundo, e portas gigantes foram abertas. Em âmbito profissional, nos qualificamos, estudamos, e hoje somos a empresa referência entre eles. Foi nossa virada de chave”, garante Ana Carla.
Além do crescimento no âmbito profissional, o casal salienta que ganhou muito mais do que dinheiro. “Não podemos deixar de lado os momentos que vivemos por conta disso. Já fomos convidados para o aniversário do nosso ídolo, viajamos para praia com o outro, fomos convidado para assistir a um jogo em família na casa de outro em um domingo qualquer, receber mais um em nosso sitio e jogamos futebol com nossos filhos e os filhos deles, todos juntos. São coisas que não tem preço. O ponto alto da nossa confecção é sem dúvidas o respeito e a amizade”, conta Paulo Júnior.
Mais de cem jogadores atendidos desde 2018
De acordo com Ana Carla, o boca a boca se tornou a melhor forma de publicidade para a Bless. “Nosso trabalho sempre foi muito orgânico. Através da indicação do Matheus, na mesma semana vários outros jogadores começaram a seguir o perfil da loja nas redes sociais, fomos vendendo e eles também foram indicando para outros”, conta a empresária. “Foi tudo muito rápido, eles são muito fiéis aos vínculos de amizades. O fato de jogarem em vários clubes no decorrer da carreira faz com que façam amigos de outros estados. Assim, esses atletas também começaram a seguir a Bless e nosso negócio começou a se expandir pelo Brasil e, em seguida, pra fora do país também. Já tivemos a oportunidade de atender presencialmente até na Europa, em Nice, na França.”
Hoje, os lojistas contabilizam mais de cem jogadores como clientes. Entre a extensa lista de craques estão nomes como Diego Tardelli, Nico Lopes, Marcos Rocha, Luciano Neves, Edu Dracena, Ferreirinha, Jean Pyerre, Bruno Cortez, Rafa Galhardo e Yuri Alberto. De acordo com Ana Carla, entre os itens preferidos dos atletas estão tênis, relógios e malas de viagem. “Eles são bem criteriosos e, como a maioria mora fora do Brasil, são muito atentos aos lançamentos. Todos os dias recebemos alguma encomenda de algum jogador. Felizmente, eles estão conosco desde o primeiro contato e se identificam com nosso jeito de trabalhar, se sentem a vontade.”
É justamente essa sintonia entre o casal e os jogadores atendidos o segredo do sucesso do empreendimento. “Financeiramente o resultado é muito bom, é claro. Mas a gente acabou conhecendo um lado mais humano deles”, conta Ana Carla. “São pessoas que também adoecem, tem problemas como nós, filhos pra cuidar. E, às vezes, como torcedor, nós não levamos isso em conta, queremos apenas ver o resultado. Também aprendemos muito com a cultura, por eles viajarem bastante. E também o carinho que recebemos é muito bom. Não somos famosos, mas somos bem conhecidos no meio do futebol”.