A Lavajato é hoje uma das principais forças políticas do país, embora seus representantes se digam desvinculados da política. Aliado ao Partido da Mídia, o Partido da Lavajato ajuda a ditar os rumos do país. Nenhum deles recebeu um voto sequer.
Os integrantes da Lavajato foram fundamentais no golpe contra a Presidente Dilma. Seu papel político é relevante, mas até agora não assumiram sua condição partidária. Sob o manto da justiça, sentem-se livres para falar em moralidade e não se constrangem com sua remuneração acima do teto legal de 33 mil reais.
A Lavajato maculou a sagrada expectativa do povo de que a justiça se baseia em provas e se aplica a todos. É o símbolo da esculhambação que resultou da judicialização da política e da politização do judiciário. Não precisava ser assim, mas está sendo.
A lista dos abusos e desmandos da Lavajato é longa, mas o fato é que ela contou com o apoio da maioria da população e mesmo agora, depois de muitas ações mal explicadas, parte dos cidadãos ainda acredita nessa operação judicial.
Sendo assim, será muito bom para o país que algum dos representantes da Lavajato assuma abertamente seu papel político e seja candidato à Presidência da República. Pode ser o juiz Sergio Moro, o procurador Carlos Fernando Lima, o procurador Deltan Dallagnol ou o procurador geral Rodrigo Janot. Qualquer um poderá tentar nos mostrar porque um partido de justiceiros é melhor que outros partidos.
O candidato escolhido poderá tentar explicar coisas inexplicáveis. Por exemplo, porque aceitam-se delações sem provas contra lideranças do PT, acirrando o clima de ódio criado pelos movimentos direitistas fascistas. Poderá explicar porque Moro condenou Lula sem um fiapo de prova e nada aconteceu diante das provas contra Aecio, Jucá e cia. Porque ajudaram a quebrar empresas investigadas, ao invés de punir os envolvidos em corrupção, produzindo levas de desempregados. E muito mais.
Quando parte da justiça está politizada nada melhor que essa parte assuma abertamente suas posições. Será ótimo para a democracia que a Lavajato tenha um candidato. O voto do povo dirá se esse tipo de justiça partidarizada deve prosseguir.