Alyne Motta – [email protected]
Inquieto e falante, Luiz Coronel está sempre atento a tudo. Entre um passo e outro, um comentário e outro surge um poema, versinho ou citação. Nos quase 40 anos dedicados à arte de escrever (completa em 2013), acredita que ainda terá muito pela frente como autor.
“Minha vida é um improviso. Ainda não consegui medir a dimensão do tempo. Busco novas experiências a cada dia”, declara o escritor, gaúcho de Bagé, cidade de que muito tem orgulho. No se reinventar, dribla a si mesmo, numa ansiedade de não se repetir. “Busco novas alternativas a cada tempo”.
Alyne Motta
Luiz Coronel valoriza o regionalismo, sem esquecer os adultos e crianças
Membro da Academia Rio-Grandense de Letras desde 1999, portador da cadeira 26, faz jus à indicação. Em todo tempo dedicado à poesia (e outras versões), tem mais de 50 livros publicados. São títulos para adultos e crianças, com histórias inventadas ou vividas.
“Tenho uma relação com o regionalismo. Gosto de seguir a linha coloquial, pois me deixa mais perto dos leitores”, comenta o escritor, durante entrevista em Santa Cruz do Sul. Ele esteve na cidade durante a noite de segunda-feira, 6 de agosto, num encontro que reuniu prosa e poesia no Espaço Camarim.
Alyne Motta
No palco do Espaço Camarim, recitou versos e prosa
Mesmo com tantos feitos, o poeta não pretende parar. “Meu próximo passo é publicar a minha poesia social, com poemas políticos”, explica Coronel. No ano que completa 4 décadas como escritor, pretende valorizar o seu lado compositor. “Quero voltar a ser letrista, igual aos velhos tempos”, declara.
Em sua passagem por aqui, deixou sua marca: a doação de 100 exemplares da obra infantil “Declaração Universal dos Direitos Animais”. “Precisava contribuir com a educação das crianças desta cidade maravilhosa”, afirmou o poeta, alegando que a leitura é importante desde cedo.
DICIONÁRIOS
Na vasta lista de livros publicados, sempre existem os preferidos. A menina dos olhos de Luiz Coronel é a série Dicionários, composta por sete obras e com muitas outras em mente. As publicações são resultados de um trabalho em equipe e muitas pesquisas, explica o autor.
Alyne Motta
Dicionário amoroso é uma das últimas obras de Luiz Coronel
Já foram publicados: Erico Veríssimo: O tempo e o vento a passar; Mario Quintana: A quinta essência de Quintana; Guimarães Rosa: Uma odisséia brasileira; Machado de Assis: Ontem, hoje e sempre; Gabriel García Márquez: Magia literária da América; William Shakespeare: As múltiplas faces de um gênio e Fernando Pessoa: Um poeta predestinado.
NA TV
O criador pode conhecer de perto suas criaturas. Luiz Coronel teve sua obra adaptada para a televisão através da RBS TV. “Filé de Borboleta e Outros Causos” foram gravados na cidade de Piratini, onde o autor cresceu. “Valorizaram o falar interiorano, característico da minha obra”, garantiu de forma aliviada.