Ricardo Gais
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Formado pelos irmãos Roberto e Ricardo Pohlmann, o projeto Ramal 314 faz referência ao endereço da mãe da dupla, apartamento 314, do edifício Eldorado, no Bairro Schultz, em Santa Cruz do Sul. Na última sexta-feira, 9, ocorreu o lançamento do disco homônimo, que conta com seis canções composta por eles.
Roberto relata que o disco tem uma ideia cronológica, sendo que essa não era a ideia inicial. “Centro-Serra é a canção que abre o disco, pois tem relação com a região onde nascemos, crescemos e onde muitos familiares residem. Habitus, a faixa 2, remete aos tempos escolares vividos na escola Polivalente, em Santa Cruz. Depois do 18, faz menção ao início da vida adulta e seus desafios. Rodoviária, faixa 4, foi feita a partir dos traslados que fazia para trabalhar. Já, Bokeh é um retrato da Santa Cruz atual e sua mudança de ritmo, de tempo. Terminamos o disco com Autopoiese, um termo desenvolvido pelos biólogos Francisco Varela e Humberto Maturana, que diz respeito a essa capacidade humana de reinventar-se”.
O artista acredita que quando a pessoa ouvir as músicas, mesmo que não tenha vivido as experiências, poderá se encontrar nas canções. “De algum modo essas experiências são comuns e por isso nos ligam”, pontua Roberto.
O disco foi gravado em janeiro deste ano no Estúdio Boca de Sons. O trabalho que envolveu a gravação, masterização e mixagem ficou por conta do Alison Knak, que também gravou as linhas de baixo. “A bateria foi gravada pelo Diego Maracci, violão e voz foi por minha conta, e voz pelo meu irmão Ricardo”, disse Roberto.
O projeto somente foi possível ser concretizado devido à Lei Aldir Blanc e à Secretaria de Cultura de Santa Cruz do Sul. Conforme Roberto, foi através deste recurso que foi possível remunerar os músicos e o técnico de gravação, a fotógrafa Paola Salles, o designer Josué Pereira e a produtora Supernova Filmes.
O PROJETO
O disco da banda intitulado Ramal 314 conta com seis canções que reúnem memórias individuais, mas de expressão coletiva, de infâncias e adolescências vividas na paisagem santa-cruzense. O trabalho busca rememorar tempos felizes e semear a esperança de um futuro melhor – pós-pandemia -, uma vez que fora gravado durante a pandemia de Covid-19.