O Projeto Fotossíntese, que visa à transformação das iniciativas ambientais em renda e cria uma nova perspectiva para o futuro da propriedade rural, foi lançado pela Associação dos Engenheiros Agrônomos do Vale do Rio Pardo (Aeavarp) no ano passado. Como forma de continuar as discussões sobre o assunto, na última sexta-feira, dia 14, na sede do Sindicato dos Contadores e Técnicos em Contabilidade do Vale do Rio Pardo (Sincovarp), o gestor Ambiental com pós-graduação pela Universidade de São Paulo (USP), Paulo Henrique Pereira, apresentou o premiado Projeto Conservador das Águas, do município de Extrema (MG), pioneiro entre os municípios na remuneração de conservação ambiental.
Patricia Barreto/Divulgação
Paulo Pereira apresentou o Projeto Conservador das Águas
A palestra foi aberta pelo diretor técnico da Aeavarp, Flavio Gilmar Hoff, que falou sobre o Projeto Fotossíntese, que tem sua continuidade com a apresentação do Conservador das Águas, um evento como forma de incentivo de práticas que deram certo em prol do meio ambiente, de sua conservação. Logo após, Paulo Henrique Pereira, que também é idealizador, coordenador e gestor do programa de Extrema (MG), sobre a qual já escreveu um livro, iniciou a apresentação do projeto com um vídeo. A iniciativa é um modelo de sustentabilidade com geração de incentivos econômicos, a primeira iniciativa municipal brasileira a implantar o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), definido pela Agência Nacional de Águas (ANA). Com isso, os produtores rurais recebem um pagamento do município pela preservação.
Durante sua explanação, Pereira explicou que o programa é um instrumento para um objetivo maior, baseado em critérios técnicos e não políticos. “Queremos demonstrar que é um compromisso da sociedade sem prazo de validade e, quem está no poder, deve tocar para frente o programa”, destaca. O projeto Conservador das Águas também foi debatido durante a Rio+20 e inserido no documento “Iniciativas de Economia Verde no Brasil: experiências das unidades federativas em promover uma economia verde inclusiva”, do Ministério do Meio Ambiente.
ECONOMIA VERDE
Assunto bastante debatido atualmente, a economia verde é uma alternativa para promoção de hábitos de consumo sustentáveis, um modelo de sustentabilidade para Estados, Municípios e empresas de todos os tipos e portes. Com potencialidade de negócios de créditos de carbono, de água, de biodiversidade, ela pode transformar preservação ambiental em remuneração direta aqueles que preservam, assim como benefício para as empresas que podem comercializar esses créditos em todo o mundo. O Conservador das Águas de Extrema (MG) é um dos exemplos, visto que a cidade é escolhida por grandes organizações para instalação de suas fábricas em virtude do projeto, o que contribui para a entrada de divisas e diversificação para o município.