As entidades que representam policiais civis, agentes penitenciários, peritos criminais e servidores do Instituto Geral de Perícias (IGP) decidiram, na quinta-feira, 24, por um indicativo de paralisação das suas atividades na próxima semana. A proposta, que será referendada pela base das categorias, prevê paradas na terça-feira, 29, e na quinta, 31. O protesto é contra os mais de três anos sem reposição salarial dos profissionais da segurança pública. Em alguns casos, como o dos servidores do IGP, esse período chega a quase sete anos sem reajustes salariais.
As paralisações terão a denominação de “Dias de Diálogo da Segurança Pública”, onde os servidores de cada órgão suspenderão as suas atividades para se comunicarem com a sociedade e exporem todos os problemas da segurança pública do Estado. Serão mantidos os atendimentos de ocorrências de repercussão, crimes graves, atendimentos de prisões em flagrante e de locais de crimes, liberação de corpos e movimentações urgentes no sistema prisional. As entidades de classe ainda irão à Assembleia Legislativa, a fim de conversar com parlamentares em busca de apoio à causa.
O presidente do Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia do Rio Grande do Sul, Isaac Ortiz, salienta que essa mobilização é para sensibilizar a população sobre a situação dos policiais civis gaúchos. “Estamos há mais de três anos sem nenhum tipo de reposição salarial e, nesse período, tivemos uma grande corrosão do nosso poder de compra. Mesmo assim, durante a pandemia, os policiais civis mantiveram suas atividades normais, garantindo a segurança da população. O governo faz propaganda com o nosso trabalho, alardeando a queda de todos os índices de violência no Estado. No entanto, queremos mostrar à população que essa queda foi conseguida com o esforço de uma categoria que está sem reposição salarial e com o menor efetivo da sua história. O que estamos pedindo é que o governo sente para negociar e coloque na mesa os números do Estado. Em 2021, batemos todos os recordes de arrecadação, com o Estado vivendo um superávit nas suas contas. Queremos saber porque esse dinheiro não pode ser usado para reconhecer o trabalho de profissionais que se arriscaram durante a pandemia, combatendo a disseminação do coronavírus e garantindo a segurança da população”, argumentou o dirigente sindical.