Ricardo Gais
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Em audiência pública realizada na Câmara de Vereadores, na terça-feira, 2, foi discutido o valor da tarifa do transporte coletivo do Município, após pedido feito pelo Consórcio TCS para um novo valor da passagem, que atualmente é de R$ 4,45. No entanto, a Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Santa Cruz do Sul (Agerst) sugeriu para que o valor permanecesse o mesmo para os próximos três meses, impedindo um aumento que poderia chegar a R$ 8,39.
Conforme o presidente da Agerst, Auro Jorge Schiling, a Agerst apresentou quatro cenários diferentes para a TCS com o cálculo da passagem: o primeiro seria de acordo com o contrato e elevaria a passagem para R$ 6,55. O segundo cenário aumentaria a idade média dos ônibus para oito anos e o valor da passagem cairia para R$ 5,95. A terceira proposta seria manter a idade média dos veículos de seis anos, mas aumentando a idade máxima da frota e deixaria o valor da tarifa em R$ 4,45. O último cenário seria com a idade média dos ônibus em oito anos e a máxima de 15, baixando o valor da passagem para R$ 4,20.
“A gente sugeriu que a Prefeitura congele durante três meses o valor da tarifa da passagem, para que a prefeitura e TCS discutam as alterações no contrato. Essa é a nossa sugestão e nesses meses a Prefeitura faça um decreto congelando o valor atual da tarifa”, disse Auro Schiling. O presidente da Agerst comenta que o Consórcio TCS havia calculado um reajuste para R$ 8,39. “Nossos cálculos são outros”, pontuou.
Ontem, 4, a prefeita Helena Hermany emitiu este decreto que mantém o valor da passagem de ônibus nos atuais R$ 4,45 por três meses. A Administração Municipal agora trabalha para conseguir a diminuição do preço.
Nesta sexta-feira, 5, haverá uma audiência solicitada pela Prefeitura com o promotor de Defesa Comunitária do Ministério Público (MP), Érico Barin, para tratar de assuntos bilaterais entre o Município e o Consórcio TCS. O Executivo apresentará uma proposta de alteração no atual contrato de concessão do transporte público. A medida prevê o aumento de 12 para 15 anos da idade máxima da frota de veículos, liberando a empresa de novos investimentos na compra de ônibus. Com isso, espera a diminuição do valor da passagem. A mudança precisa ser aprovada também na Câmara de Vereadores.
O que diz a TCS
De acordo com o gerente do Consórcio TCS, Zaqueo Forgiarini, é aguardado a documentação da Agerst, para ser analisado e ver se o que foi apresentado é legal ou não, além de analisar no que a Agência se baseou para chegar aos cálculos apresentados. “O cálculo da tarifa é baseado na média de pagantes anual, e em 2019 eram 330 mil passageiros, já em 2020 foram 178 mil, uma redução aproximadamente de 53% de usuários. Assim o que leva em consideração na nossa conta é dividir o custo entre estes 47% de passageiros que restaram, por isso que a tarifa teve um valor mais alto calculado do que o normal”, explica o gerente, sobre o valor de R$ 8,39.
O Consórcio agora aguarda a documentação para ser analisado pela equipe e o material do Executivo. “A Prefeitura também deve fazer essa análise para que não haja um reajuste exorbitante. Eles têm que encontrar algum meio de baratear esse custo da tarifa, só assim podemos ver o que a TCS irá fazer”, disse Zaqueo.
Já o Vereador Cleber Pereira (DEM), em sua manifestação na Tribuna, sugeriu a criação de um fundo para baixar o valor da tarifa do transporte coletivo. Segundo ele, a arrecadação poderia vir, por exemplo, do valor das multas aplicadas pelos agentes municipais de trânsito. Essa arrecadação será canalizada para subsidiar as tarifas públicas do transporte coletivo, bem como planejar e desenvolver projetos de melhoria da mobilidade urbana local. A indicação está sendo apreciada, devendo ser protocolada nos próximos dias na direção da Câmara de Vereadores.
Usuários
Nas paradas de ônibus em Santa Cruz, a reclamação sobre o atual valor da tarifa – R$ 4,45 – é constante. Bruno Diovan de Andrade, morador do Bairro Santa Vitória, disse que o valor poderia ser reduzido, pois muitas pessoas que utilizam este meio de transporte não têm condições de ficar pagando a passagem todo dia. “Se aumentar mais fica muito caro e isso impactará no bolso de muitas famílias. Na minha opinião a frota de ônibus está boa, e espero que o valor da tarifa não aumente”, disse.
Outros usuários que não quiseram se identificar também reclamam sobre o valor da tarifa e caso ocorra o aumento, os usuários dizem que irão procurar alternativas para se locomoverem. Alguns também citaram a falta de horário disponível para os bairros.
