Preso pela Polícia Federal durante a Operação Camilo no último dia 27 de maio, o prefeito Rafael Reis Barros (PSDB), renunciou ao cargo. A carta de renúncia foi entregue pelo advogado Ezequiel Vetoretti, que defende Barros no processo, na manhã desta terça, 23, para a Câmara Municipal de Vereadores de Rio Pardo. Com prisão preventiva decretada por tempo indeterminado pela Justiça Federal, o ex-prefeito segue preso em uma penitenciária na cidade de Canoas, na região metropolitana da grande Porto Alegre.
Na carta de renúncia, com a assinatura de Barros reconhecida em cartório, ele destaca que que está deixando o cargo público para cuidar da sua defesa no caso. “Diante das acusações que recaíram sobre a minha pessoa, no bojo da Força-Tarefa da Polícia Federal denominada Operação Camilo e, considerando o grande respeito e carinho que tenho pelo povo de Rio Pardo, renuncio ao mandato de prefeito municipal desta cidade, para que assim eu possa dedicar toda a atenção e preocupação em prol da minha defesa, para ao fim, demonstrar, que as acusações não retratam a verdade e estão amparadas em meras conjecturas. O devido processo legal, que permite a ampla defesa e o contraditório, o que até o presente momento não me foi oportunizado, demonstrará a verdade”, escreveu Barros.
O ex-prefeito frisou ainda que, apesar da infelicidade que lhe acompanha ao assinar o documento, a renúncia é feita de forma livre e espontânea, expressando efetivo e real desejo em caráter irrevogável e irretratável. Ao finalizar a carta, o Barros agradeceu a população do município. “Meu sincero agradecimento ao povo de Rio Pardo pela confiança depositada durante esses quase quatro anos de mandato, o qual exerci com lealdade e comprometimento, visando sempre o melhor para o Município”, finalizou no documento.
Com a renúncia, a Câmara de Vereadores de Rio Pardo não deverá seguir adiante com o processo de impeachment contra ele. Desde que o ex-prefeito foi preso, o cargo já vinha sendo ocupado pela vice-prefeita Rosane Rocha (PTB), que assume o Executivo até o final do mandato, assim como o prefeito de Candelária, Paulo Butzge (PSB), permanecerá como presidente da Amvarp (Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo) até o final do mandato, cargo que também era ocupado por Barros.
Rafael Barros é um dos investigados pela força-tarefa Operação Camilo que apura desvios de dinheiro público destinados para a saúde em um suposto esquema que envolve a Prefeitura de Rio Pardo, Hospital Regional do Vale do Rio Pardo e Abrassi, uma organização contratada pelo Executivo para atuar na gestão da casa de saúde.