O Índice de Inflação dos Preços Recebidos pelos Produtores Rurais (IIPR) fechou o mês de março com alta de 5,71%, conforme relatório divulgado na última terça, 28, pela Farsul. O resultado é reflexo do aumento dos preços de quase todos os produtos que compõem o indicador, especialmente soja e milho. Com isso, o acumulado em 12 meses registra uma valorização de 21,08%, a maior da série histórica do índice.
Dois fatores foram importantes no resultado e estão relacionados com a pandemia causada pelo coronavírus. O primeiro foi à variação cambial, juntamente com o preço dos produtos no mercado internacional, especialmente das commodities. No mercado interno, a corrida aos supermercados para formação de estoques em decorrência do pânico inicial gerado pelo Covid-19, gerou uma antecipação da demanda que não refletiu apenas no IIPR, mas também no IPCA Alimentos que acumula 4,87% em 12 meses.
A alta taxa de câmbio também influenciou nos custos de produção, como aponta o Índice de Inflação dos Custos de Produção (IICP), do último mês, que registrou 0,84%. Esta é a primeira valorização do indicador no ano. A alta só não foi maior em consequência da queda no preço do petróleo. No acumulado em 12 meses, o IICP teve alta de 1,56%, refletindo a variação cambial no período. O aumento dos custos só não foi maior em virtude da grande oferta de fertilizantes em 2019 que permitiu a desvalorização do insumo no final do ano passado.