Os índices de preços dos alimentos caíram pelo terceiro mês consecutivo em dezembro de 2012, registrando queda de 1,1%, segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (cuja sigla em inglês é FAO). A queda foi impulsionada pela redução dos preços internacionais dos principais cereais e óleos. O índice anterior baixo em 2012 ocorreu em junho, com 200 pontos.
Ao longo de 2012 foi registrada uma queda 7% menor do que em 2011. As baixas mais acentuadas foram observadas no açúcar, nos produtos lácteos e óleos, além de cereais e carne. O estudo completo pode ser obtido no site da FAO.
O diretor-geral adjunto do Departamento de Desenvolvimento Econômico e Social da FAO, Jomo Sundaram, lembrou que o resultado da pesquisa, apontando a queda, ocorreu no momento em que se temia a insegurança alimentar. Segundo ele, os números positivos ajudaram a “acalmar” o mercado.
Em novembro, a FAO divulgou o estudo Perspectivas Alimentares, informe bianual elaborado pela organização sobre os mercados mundiais, destacando a diminuição dos preços internacionais e dos fretes, assim como a diminuição das compras de cereais, reduzindo o interesse mundial pela importação de alimentos no ano passado.
Pelos cálculos da FAO, o gasto mundial com a importação de alimentos atingiria US$ 1,14 bilhão em 2012, montante 10% menor do que o recorde de 2011. Mas esses dados ainda não foram divulgados.
Para o diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva, um conjunto de ações conseguiu conter a tensão para evitar a alta dos preços e ajudou a prevenir o pânico e a evitar que a pior seca em décadas se convertesse em uma crise de preços de alimentos, como já ocorreu no passado. Ele alertou ainda que a seca e as inundações não são responsáveis pelas crises, e sim a falta de governança. (Renata Giraldi/ABr)