Everson Boeck
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Quanto mais se aproxima a reunião entre as empresas e a Comissão Representativa dos Fumicultores, mais cresce a expectativa em torno das negociações. O próximo encontro entre as empresas e a comissão está marcado para os dias 23 e 24 de janeiro, próxima quinta e sexta-feira. As tratativas para o preço do tabaco para a safra 2013/2014 foram interrompidas no início de dezembro, quando as empresas fumageiras não apresentaram índices satisfatórios à cadeia produtiva. A representação dos produtores de tabaco é formada pela Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) e pelas federações da Agricultura (Farsul, Faesc e Faep) e dos Trabalhadores Rurais (Fetag, Fetaesc e Fetaep) dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
O presidente da Afubra, Benício Albano Werner, afirma que as empresas ainda não sinalizaram possíveis propostas de aumento, mas a expectativa é que elas apresentem melhores valores. “Esperamos que as propostas venham ao encontro das necessidades do preço do fumo para o produtor. Com os percentuais que recebemos até agora – de 5,5% a 6,39% – será muito difícil de trazer uma lucratividade como tivemos na safra passada, visto que colocamos, para o início de negociação, o percentual de 11,7%, que é a variação do custo de produção das safras 2012/2013 – 2013/2014”, informa. “Esperamos que no próximo encontro, essa diferença entre o índice oferecido e o índice solicitado se aproxime mais para que a comissão possa avaliar e chegar a um resultado satisfatório”, acrescenta.
Segundo Werner, as empresas que fizeram proposições foram Philip Morris, que ofereceu 5,5%, Souza Cruz, com 6%, e JTI, com 6,39%. Na quinta-feira pela manhã, deve acontecer uma reunião entre a Comissão Representativa dos Fumicultores e as empresas fumageiras. “Para as negociações, vamos analisar algumas questões. Por exemplo: havíamos estimado 720 mil toneladas de tabaco. Como não vamos chegar neste número em termos de oferta e demanda, precisamos recuperar no preço. Também sabemos que o dólar comercial aumentou 15,3% em 2013. Ou seja, entre outros, são alguns dados que favorecem um aumento percentual melhor para os produtores”, destaca.
Benício recorda, ainda, que em outubro assistiu a uma palestra do diretor executivo da Associação dos Produtores internacionais (ITGA – em inglês “International Tobacco Growers Association”) onde foi apresentada uma importante informação para o setor. “Segundo a explanação dele, em nível mundial os estoques de fumo nas empresas está abaixo do que é consumido. Geralmente as fábricas possuem um estoque técnico para 18 meses, mas atualmente não têm nem para 12 meses. Com isso as próprias empresas podem ter sérios problemas num futuro próximo. É mais um fator que nos faz acreditar que podemos reverter o quadro em favor dos produtores”, aponta.
O SindiTabaco – Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco, seguindo orientação da Secretaria de Direito Econômico (SDE), do Ministério da Justiça, não se envolve com as questões relacionadas ao preço, comercialização e classificação do tabaco e, por isso, não emite opinião a respeito.
Arquivo/RJ
Preço do tabaco: entidades esperam melhores propostas das empresas fumageiras
Benício: “Momento favorece um aumento percentual melhor para os produtores”