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Preço competitivo foi fator que impulsionou exportações do tabaco

Setor é o principal responsável pela recuperação das vendas do agronegócio gaúcho

Ricardo Gais
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Iro destaca que aumento das exportações do tabaco já era esperado. Foto:
Junio Nunes/Sinditabaco

O Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), divulgou na quarta-feira, 12, no boletim de Indicadores do Agronegócio do RS, o resultado das exportações do agronegócio gaúcho, ocorridas entre janeiro e março deste ano.

O destaque ficou para o setor de tabaco, que foi o principal responsável pela recuperação das exportações, com mais de US$ 77,2 milhões, uma alta de 27,4%. Já o destaque negativo ficou por conta da soja, com uma redução de 21,9% na comercialização, na comparação com o ano anterior. Essa redução se justifica pela falta de produto para exportação nesses primeiros meses do ano, devido à estiagem de 2020.

Conforme o presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), Iro Schünke, os números que a entidade possui para este primeiro trimestre são maiores que os apresentados pelo Estado. “Exportamos 42% a mais que no mesmo período do ano passado e em dólares fica 21% maior”, pontua. Ele também cita que esse aumento já era esperado, pois as exportações para a China no ano passado não ocorreram nos três primeiros meses de 2020. “Em 2019, a China comprou todo o tabaco, assim não ficou nada para 2020. Já no ano passado, devido às restrições da pandemia de Covid-19, os embargues ficaram lentos, deixando parte do tabaco para este ano”, sublinha.

Schünke relata que se trata de uma diferença de 20 mil toneladas e mais de 100 milhões de dólares só para a China. “Em função disso, o que ficou parado ano passado foi embarcado neste ano”, conta.

A China segue em primeiro lugar nas compras gaúchas (23,7% do total), mas foi a União Europeia a responsável pelo avanço mais significativo do período. Com um crescimento absoluto de US$ 114,6 milhões (+40,5%), fruto da alta nas compras de farelo de soja e fumo não manufaturado, o grupo de países se aproximou da China na ponta do ranking, sendo responsável por 19,9% do total vendido pelo Rio Grande do Sul. Arábia Saudita (+34,9%), Estados Unidos (-2,7%) e Coreia do Sul (+5,8%) completam a lista dos cinco maiores compradores do agronegócio gaúcho.

O presidente do SindiTabaco explica que prefere falar em ganhos anuais com o tabaco, como por exemplo a exportação de cerca de 500 mil toneladas por ano, há cinco anos, mantendo esse parâmetro positivo para o tabaco. “Temos a expectativa de crescer em torno de 2% a 6% na exportação e 6% a 10% no valor em dólares”, sublinha.

Schünke destaca que todos esses números irão depender da logística internacional em função da pandemia, mas espera que o Brasil mantenha o patamar, que já dura 28 anos, como sendo o maior exportador de tabaco e o segundo maior produtor. “Para isso temos que manter a questão de produção, qualidade, sustentabilidade e se continuarmos com preço competitivo vamos ser, por um longo tempo, o maior exportador”, destaca.

No Rio Grande do Sul, o tabaco representou 9,5% do total das exportações de 2020. “O tabaco é muito importante no ranking do agronegócio e são números positivos e importantes”, pontua Schünke.

O segmento de fumo e seus produtos teve o melhor desempenho nas exportações para um primeiro trimestre em toda a série histórica, iniciada em 1997, com um total de US$ 359 milhões em vendas e destaque para o fumo não manufaturado (mais US$ 73 milhões; +28,5%).

Emprego

Tradicional período de contratação de mão de obra no campo, o primeiro trimestre em 2021 atingiu o maior saldo positivo na geração de empregos formais desde o início da série histórica, iniciada em 2007. A diferença entre admissões e demissões no setor ficou positiva em 26.504 empregos com carteira assinada, número superior aos 25.278 de 2019, melhor resultado até então, e aos 19.229 registrados em 2020. (Com informações do Governo do Estado).