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“Precisamos ainda ser vigilantes com os nossos direitos”

A parlamentar, é defensora das causas feministas e explanou sobre o cenário de participação da mulher nos mais diversos âmbitos

Vereadora Nicole: “Mas só conquistamos o que temos hoje, por causa das que não desistiram, e isso que deve ser o estímulo principal para uma mulher neste meio”
DIVULGAÇÃO/RJ

Ana Souza – [email protected]

Para homenagear as mulheres, o Riovale Jornal traz entrevistas com algumas mulheres que são referência na luta pelos direitos da classe feminina. Entre elas, a vereadora Nicole Weber (PTB). Durante a conversa ela fala sobre a importância da data, os desafios do seu trabalho no meio político, a luta pela causa das mulheres, o papel delas na sociedade e os casos de feminicídios em que tantas vidas foram perdidas brutalmente.

“É importante que tenhamos marcos como esta data para lembrarmos o quanto precisamos ainda ser vigilantes com os nossos direitos enquanto mulheres”, frisa Nicole. “Conhecer a nossa história, nossas lutas e o quanto já foi “diferente” para nos há pouco tempo atrás, é fundamental para valorizarmos o quanto já conquistamos.”

Para a vereadora, sem dúvidas, ser mulher na política é um desafio diário. Requer mais tempo, dedicação e sabedoria para saber conduzir, do um homem neste mesmo espaço. “Por isso que tantas desistem. Se você foca nas adversidades e não nos resultados, passa a ser desestimulante. Mas só conquistamos o que temos hoje, por causa das que não desistiram, e isso que deve ser o estímulo principal para uma mulher neste meio.”

A parlamentar, é defensora das causas feministas e explanou sobre o cenário de participação da mulher nos mais diversos âmbitos. “A mulher está em todos os espaços hoje, mas qual o papel que ela ocupa nestes espaços? Devemos nos perguntar. Papel de liderança, voz, poder, decisão ou de coadjuvante e subordinação? Não basta enxergar mulher em todos os lugares, precisamos nos preocupar em lutar por protagonismo, na mesma medida que os homens têm”, frisou.

A vereadora também destaca sua visão sobre o papel da mulher no meio político. “A mulher política de hoje é a que está estimulando que as mulheres do futuro participem. Temos um papel de maior responsabilidade do que apenas um mandato, e sim de servir de exemplo para meninas engajadas com causas sociais que queiram ocupar a seara política.

Não é um lugar fácil, mas é o mais necessário para qualquer mudança social, e falar de sociedade sem participação feminina é uma democracia pela metade.”

A mulher tem forte presença na sociedade mas, ao mesmo tempo, há muita discriminação sobre este contexto. “Existem dois meios profissionais principais hoje em que a mulher sente discriminação (velada ou não): no meio político e no meio corporativo. Enquanto não dividirmos as responsabilidades domésticas e familiares (cuidados com os filhos e a casa) com os homens, continuaremos a ser subjugadas com carreiras executivas e políticas interrompidas pela metade”, destacou.

Em Santa Cruz tiveremos casos chocantes de feminicídios. A luta que as mulheres travam neste sentido é incessante e muitas se calam com medo de represálias. “É criminoso pensar que vivemos num mundo onde precisamos estar preocupadas em nos defender, como se a responsabilidade de uma sociedade doentia recaísse sobre nós. Precisamos mais do que políticas públicas e mecanismos de proteção e acolhimento, precisamos mudar a mentalidade social onde a mulher é vista como posse de um homem”, finaliza.